“Magnólia”, lançado em novembro, marca o renascimento de uma banda que mira o mainstream. Formado há quatro anos, o grupo gravou o seu primeiro álbum em 2015. “Fragmento” peca pelo exagero. Enquanto a estreia no mercado fonográfico traz músicas com excesso de efeitos, uma sonoridade “plástica”, o novo disco apresenta composições mais enxutas, nos arranjos e também na duração: nenhuma faixa atinge os quatro minutos.
O segundo trabalho da Magnólia foi feito no estúdio Pimenta do Reino. Rafael Pfleger, que fez a captação e mixou o álbum, dividiu a gravação dos baixos com o guitarrista Ricardo d’Almeida. A masterização do disco também aconteceu em Florianópolis, a cargo de Beto Cunha. O resultado obtido é excelente. Ponto para o grupo, que parece ter descoberto o seu verdadeiro som.
“Magnólia” abre com “Entropia”, que tem a participação da cantora Elektra, ex-Fake Number. O repertório do álbum transita entre o rock e o pop. Os destaques são as pesadas “Isso não é sobre suicídio (Tudo se desfaz)” e sua letra forte, com grande interpretação do vocalista Felipe Machado, “Libertá”, e a balada “Cizânia”. A atmosfera, no geral, é densa, mas a banda consegue soar comercial mesmo em músicas carregadas de melancolia.
Os novos membros, JC Matias (bateria) e Beto Carvalho (guitarra), imprimiram outra pegada ao grupo, que pode ser percebida ao vivo. A Magnólia soa mais madura e profissional, mas a impressão deixada pelo disco é que o melhor está por vir. Sem perder tempo, a banda já está preparando o terceiro álbum. A promessa é de um trabalho ainda mais orgânico e com identidade. Quero apostar nisso.
Foto: Zanelli de Amorim Caldas