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Nouvella esbanja personalidade em “The Sun Will Rise Again”*

O Rifferama tem o apoio cultural da 30 Por Segundo e Habrok Music

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*por Diego Stecanela

A primeira coisa que vi da banda foi uma foto. Linda. Bem iluminada, estilosa, naquela vibe vintage-moderninha cheia de referência boa. Quatro caras e uma loira resplandecente ao centro (de amarelo, ainda, que é pra não chamar a atenção!). Todos bem vestidos num figurino meio clássico, meio vintage, meio Black Sabbath, meio cinema nacional dos anos 70 com uma maquiagem trazida diretamente daquele filme do Kubrick, saca? O visual é foda! Bora ver qual é a do som.

E o EP já abre com um porraço. Introdução grande é o cacete, aqui a obra começa é com riffzinho curto e pau nos cornos. Gosto! “Friends Indeed” traz referências ótimas. E já me veio na cabeça um The Who, mas que também remete a Beatles e Mutantes. Falei que tinha referências ótimas, ainda bem que não só no visual. E, enquanto eu escrevia (escrevo enquanto ouço, gosto da primeira impressão, saca?) a música já acabou. Rápida e rasteira! Só que não. Era só a primeira parte. “Friends Indeed” ainda tem mais duas partes completamente diferentes. Podia ser três músicas? Podia, mas é uma música só com, pelo menos, três partes distintas e cheia de influências de diferentes artistas e estilos. Se a intenção era mostrar ao público do que a banda é feita, acho que conseguiram.

O segundo som já é outro clima. Timbres que trazem referências já de outras épocas, de outros estilos, bebendo na fonte do R&B, blues e jazz fusion. É moderna e combina com o título da faixa: “Future”. Como eu disse, esse som já é outra pegada, outro clima. O que me faz pensar: “Essa banda é abrangente!”. Eles buscam inspirações bem distintas e mesclam tudo. São só duas músicas, mas muito conteúdo. Pra deixar ainda mais moderna, tem até uns pads e uns chimbais atochados de reverb no final, baixo fretless e saxofone. Eu disse duas vezes e vou dizer de novo: é outro clima. Ouve só, que tu vais entender.

E depois de se debruçar na varanda ao som de “Future”, é hora de se jogar na pista com “The Sun Will Rise Again”. Que swingueira! É nesse momento que aqueles cinco da foto que na primeira faixa estavam de mãos dadas com o Black Sabbath, do nada invocam a energia da Cultura Racional e incorporam a Vitória Régia. Duvido ouvir sem bater o pezinho! Se você tá mal, querido, calma! É o que diz a letra e o que propõe o balanço da baixaria cheia de slap na cara dura. E vem sintetizador vintage, Moog e coisarada. Abre, explode em som e cor, joga pra cima e devaneia. Aí quando volta, é swingueira de novo. Se você tá mal, calma! Bota essa aí pra tocar que é sucesso.

A última música é “Melhor amigo”. Rock ‘n’ roll festinha, cigarro e loucura. Riffs de guitarra correm soltos quando, do nada, entra um sax à la Bobby Keys. Arregaçando! Eu podia falar mais das guitarras desse som, do baixo, da metaleira, da bateria e do vocal. Mas, na boa? Chega de spoiler, né? Tá fazendo o quê aqui ainda? Numa boa? Vai ouvir a Nouvella e depois me conta.

Foto: Dan Pellicciari

*Diego Stecanela é músico e produtor de eventos. É tecladista dos Outros Bárbaros e já tocou em tantas bandas e tributos que já perdeu as contas. Ouve absolutamente todo o tipo de música e acredita que música boa é música sincera, feita com a alma.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Fodaaaaaa

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