Capa do single yaz saati (2011)
Foto: Reprodução/Bandcamp

O (ex) misterioso Tackleberry Lounge

Até março deste ano, quando fez uma apresentação na Maratona Cultural, o Tackleberry Lounge era o projeto secreto do cantor Luc Costa (Morning Sun). Com apenas um macbook, microfone e uma mesa de som, começou a compor nas madrugadas. Os riffs e vocais em inglês ou outras línguas que tinham como base os loops de bateria do programa Garage Band logo se transformaram em 35 músicas.

No fim de 2008, Costa abriu uma conta no Bandcamp e dividiu as faixas por ordem cronológica. São vários “lançamentos”, incluindo EPs, singles e até mesmo uma coletânea. Mesmo sem gravar nada há dois anos, o Tackleberry Lounge pode virar um grupo de verdade em breve. O primeiro show na Célula Showcase deu ânimo ao músico, que deseja entrar em estúdio para registrar as composições que transitam entre stoner, indie e lo-fi.

– A ideia inicial era fazer um som em cima de bases gravadas no computador, mas ficou tecnológico demais. Tocar ao vivo algo que você fez já é uma experiência única. Ter chamado os meus amigos mais próximos foi quase que uma obrigação por conhecer muito bem do que eram capazes de transmitir. Pra mim foi um sucesso, justamente por ter trazido algo da Internet para o palco. Quem esteve lá no dia e nos viu elogiou bastante, e foi muito bom mesmo, por que eram pessoas que conhecem e trabalham com música.

O futuro do Tackleberry Lounge deve seguir como um trio, já que o guitarrista Felipe Machado (Motel Overdose) está morando na República Tcheca. O baixista Andrey Riley e o baterista Nandu Guedes, ambos da Morning Sun, completam a formação que se apresentou na Maratona. Além das duas bandas citadas, Luc Costa também está envolvido com um tributo ao guitarrista John Mayer e um grupo focado em tocar só anos 80. Mas o que ele queria mesmo era poder viver do seu trabalho autoral voltado para o folk e a música brasileira.

– Gostaria de tocar os meus projetos próprios. O cenário musical já foi pior, confesso. Tem gente querendo fazer a diferença e isso é muito válido, mas acho que falta um pouco de profissionalismo da parte dos músicos. A arte tem isso de ser um meio de expressão e qualquer um pode ter o seu espaço. Falta o público fazer o seu papel, que é consumir, falar o que é bom e o que é ruim, para quem tem realmente algo a mostrar seja apoiado da maneira correta. Sei que o mercado internacional é infinitamente mais concorrido, mas acho que não só eu tenho vontade de sair e conseguir algo em outro país.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

6 Comentários

  1. […] Afro-açoriano, Capim, Somaa, Etílicos e Sedentos, Muñoz, Stella Folks e Tackleberry Lounge Local: Beira Mar de São José Horário: 12h […]

  2. Dale Luc. Sempre envolvido em ótimos projetos musicais.

    Abraço

  3. Confessar que eu não conhecia o projeto, mas ouvi a que colocasse e é muito boa! Vou procurar mais!

  4. Show de bola!

  5. Muito bom o som! Não sei porque o Luc ainda não "despontou". Qualidade sonora e bom gosto!

  6. Belo som, bem que poderia ser em português... De qualquer forma, belo trabalho.

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