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Prêmio da Música Catarinense, uma necessidade

Encerram nesta quarta-feira (28) as inscrições para o 3° Prêmio da Música Catarinense, uma iniciativa do estúdio Pimenta do Reino financiada pelo edital Elisabete Anderle. Os grupos e artistas podem concorrer em nove* categorias e disputam, além do troféu e reconhecimento, brindes como instrumentos, videoclipe, assessoria de imprensa, sessão de fotos, entre outros serviços.

Desde a sua criação, em 2013, o prêmio divide opiniões. Música é competição? Não é para ser, mas tenho certeza de que todo mundo vibrou com o Trio Corrente, do baterista catarinense Edu Ribeiro, vencendo o Grammy Latino no ano passado. Me incomoda muito esse complexo de vira-lata que alguns insistem em ter. O evento, que acontecerá no teatro do CIC, no dia 18 de novembro, é uma conquista. Teria mais gente reclamando se nada fosse feito nesse sentido.

Mesmo promovendo a necessária valorização dos artistas e músicos catarinenses, a premiação pode melhorar em alguns pontos, como votação e critério de escolha dos participantes, até para legitimar e dar mais transparência ao processo. O júri especializado (são quatro) deveria ser de conhecimento do público. O regulamento também tem furos, pois um disco gravado em janeiro de 2014 não pode ser eleito em novembro deste ano. Na primeira edição, por exemplo, o clipe vencedor foi lançado em julho de 2010.

Vencedores de 2014

Melhor videoclipe – Ponto Nulo no Céu – Fluxo Natural

Melhor cantor – Rubens Daniel

Melhor cantora – Marília Dutra

Melhor álbum – Bruno Moritz – Tempero

Melhor instrumentista – Felipe Coelho

Artista revelação – Vermelio

Melhor banda – Ponto Nulo no Céu

*Para 2015 foram criadas outras duas categorias: Música do ano e artista solo. Melhor instrumentista foi adaptada para melhor álbum instrumental.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

6 Comentários

  1. Considero o Prêmio como uma grande vitrine para nossas produções que, ano após ano, têm crescido. Conheço artistas que estavam desestimulados a criar e produzir e que a possibilidade dessa grande exposição em termos de mídia e interesse gerado resolveram retomar suas produções.
    Ações como essa, além do Programa Música SC, Rifferama, Ozz Rock Web Radio entre tantos outros, só trazem os holofotes para nossa cultura e para mostrar que Santa Catarina tem sim valores musicais que precisam ser expostos.
    Vida longa à Música Catarinense!

  2. Salve Daniel,

    Acho válida a iniciativa da equipe que organiza o prêmio mas concordo com os pontos que você levantou. Talvez ao invés de um título de "melhor" isso ou melhor aquilo, seria mais legal uma mostra de música, um festival onde os indicados pudessem mostrar os trabalhos que desenvolvem para um público interessado. Acho que poderia ter um Júri especializado responsável pelas indicações, achar que votação por internet é um meio democrático é pura ilusão hoje em dia, na minha opinião. E enfim ampliar algumas categorias, como que faz pra julgar o melhor cantor entre tantos estilos? o numero de fãs? quantos discos gravou? a extensão e técnica vocal? É complicado. Enfim, só estou manifestando minha opinião porque fui marcado no post. Não tenho a intenção de ofender nem desmerecer o trabalho de ninguém. Concorri ao prêmio com meu grupo ano passado um pouco a "contragosto" porque fomos convidados a nos inscrever, mas não fizemos muita campanha a respeito porque achamos que votação por internet não legitima nada se tratando de qualidade de um trabalho musical. Temos muitos exemplos de iniciativas Brasil afora, já bem consolidadas, que estão movimentando e estimulando as cenas locais, como a Feira de Música de Fortaleza/CE e a galera do DoSol de Natal/RN, que conta com um festival, uma incubadora de bandas e várias outras ações anuais que promovem os artistas do RN, os resultados já estão surtindo efeito com bandas despontando entre as "melhores" do país nos seus segmentos e conquistando o reconhecimento de um trabalho sério e bem feito. Espero que possa ter contribuído de alguma forma, não tinha falado nada nunca até então porque esta foi a primeira vez que pediram minha opinião a respeito, no mais é isso. Abraço a todos e vamos continuar nesta eterna batalha que é fazer música em SC, que justiça seja feita, já foi bem mais difícil e ingrato. Precisando estamos aí!

    • É exatamente essa minha opinião. E parabéns aos envolvidos.

  3. Num resumo acho bem necessário este premio!
    Concordo quando você fala de corrigir, principalmente a transparência dos jurados, e alguns critérios de escolha dos participantes! Já na questão do tempo de lançamento do material que pode concorrer eu acho que entendo o critério usado!
    Eu consigo entender que os artistas mais prontos musicalmente e mais maduros na questão da carreira, tem prioridade! Gostaria de imaginar um prêmio como este evoluindo onde a arte tenha sempre maior peso no critério de escolhas que qualquer outro! No fim é isso, é debater de forma construtiva pra evoluir o prêmio.

  4. Há de se ter o entendimento desse festival. Quem for com espírito competitivo é um pouco infantil de não entender o real propósito do evento. Valorizar um prêmio para uma pessoa é dar a oportunidade de todos os catarinenses serem reconhecidos mais cedo ou mais tarde. Serve como escola para quem está começando e como incentivo também. Além disso, esse prêmio vai reunir em um só local os principais músicos interessados na produção artística na cidade. è uma grande oportunidade das pessoas conversarem com outros músicos além dos que tem contato normalmente. Só isso, já valeria o evento. Estão todos muito fechados nas suas rotinas de trabalharem com as mesmas pessoas e por consequência elaborarem um pensamento crítico apenas no grupo em questão. Falta mais contato pessoal e não apenas pela internet com outros músicos que tiveram outras experiências. Cada vez mais precisamos ser polivalentes, ecléticos e multidisciplinar. Temos expertise em todas as áreas da música o que falta é uma real aproximação dessa galera.

  5. Concordo em gênero numero e grau com o artigo, o prêmio é importante de fato e pode melhorar nesses aspectos apontados, mas merece parabéns pois não é fácil conduzir um prêmio que englobe o cenário musical de todo o estado.

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