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(Re)Descobertas da quarentena: Antonio Rossa (compositor)

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O diretor e compositor Antonio Rossa é um personagem encantador, um dos nomes mais relevantes do cenário musical. Apaixonado por música, cinema e poesia, o artista tem um trabalho consolidado como videomaker, mas também vem, desde 2009, jogando as suas canções ao mundo. Neste ano, Rossa lançou dois singles, “Quase sempre é” e “Carrossel”, além do pequeno documentário “Aquela canção e algumas estórias” (veja abaixo), que conta os bastidores por trás da música “Aquela canção”, parceria com Felipe Melo.


George Harrison – All Things Must Pass  (1970)

Só quando pintou o convite do Daniel é que me dei conta de que “All Things Must Pass”, do Harrison, estava frequentemente no meu play durante essa pandemia. Pensando bem, o título do álbum é um mantra mais do que necessário nesse momento, não é? Apesar do Lennon ser o meu Beatle preferido, é no Harrison que eu encontro o equilíbrio sutil entre o mistério e a genialidade. Não é nada fácil ser sutil no mundo violento do pop, Harrison era magistral nesse quesito. Falando do disco, não é à toa que ele é o mais bem sucedido das carreiras-solo dos Fab Four. Dá pra dizer tranquilamente que é um disco perfeito, não apenas pela qualidade exuberante das canções, mas também e justamente pelo equilíbrio entre força e delicadeza, simplicidade e grandeza. Note que eu usei algumas vezes a palavra “equilíbrio” nesse texto. Talvez seja porque é assim que eu vejo e sinto o George.


Gilberto Gil – Extra (1983)

Na minha infância e adolescência, Zé Ramalho e Belchior foram meus companheiros mais frequentes entre os expoentes da MPB. Só saquei melhor Chico, Gil e Caetano um pouco mais tarde. Nesse período de altos e baixos emocionais pandêmicos, e com toda essa onda obscurantista do momento, Gil caiu como uma luva. Acho que nunca senti tanta vontade de redescobrir e reafirmar brasilidades na arte, e na vida, como agora. Ouvi “Extra”, de 1983, com ouvidos novos como se fosse a primeira vez. Ora me caiu como mero prazer, outros como um remédio. No fim das contas, Gil tem me ajudado a sorrir, como agora, ouvindo ‘A Linha e o Linho’…”O zig zag do tormento, as cores da alegria. A curva generosa da compreensão…”. É beleza que fala?


Jeff Buckley – Live At Sin-é (Legacy Edition) [1993]

Jeff Buckley tinha qualidades artísticas de uma grande estrela. A indústria o via como um futuro Elvis, aposta que infelizmente não tivemos tempo de confirmar com sua partida precoce. Duvidar disso seria no mínimo um descuido, já que a pequena obra que ele deixou tem valor e grandeza inestimáveis. Apenas um disco oficial. Um! O fabuloso “Grace” (1994), álbum que frequentemente figura como um dos melhores de todos os tempos. Jeff era uma condensação de luz e escuridão, uma pedra preciosa prestes a explodir. “Live at Sin-é (Legacy Edition)” é pré-Grace e é mais do que um simples registro ao vivo no místico café nova-iorquino. Lá estão canções de sua autoria, covers eternizados em sua maneira idiossincrática e diversos sets de monólogos, brincadeiras e trechos aleatórios de músicas. Ele e sua Fender Telecaster no palco, simplesmente. É um disco, mas poderia ser um filme… Ou uma viagem.


Bônus: Antonio Rossa – Aquela canção e algumas estórias

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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