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Resenha: Skrotes – Tropical Mojo

Não conheço ninguém que fique alheio quando exposto ao som dos Skrotes, principalmente ao vivo. A capacidade que Igor de Patta (teclados), Chico Abreu (baixo) e Guilherme Ledoux (bateria) têm de criar deixa o ouvinte com cara de tacho. E essa é a sensação que tive quando recebi “Tropical Mojo”, segundo álbum do trio de Florianópolis. O número de palavrões que saiu da minha boca durante as audições desta obra me deu a certeza de estar diante de algo único.

Gravado no The Magic Place, o álbum foi mixado em parceria com a lenda Edu K e masterizado pelo guitarrista Renato Pimentel (Brasil Papaya), que é proprietário do estúdio. A qualidade sonora, com certeza, é um dos pontos altos do disco que, a exemplo de “Nessum Dorma” (2014), deve virar vinil. Grande fã da banda, Edu K atuou como produtor e ajudou a extrair da banda toda a loucura registrada nessas nove músicas.

Mesmo conhecendo boa parte do repertório, apresentado no programa Palco Célula, e também no Instrumental SESC Brasil (na íntegra), que selou a relevância do grupo nesse cenário, fui surpreendido em diversos momentos. Como não bater cabeça com o peso de “Lamber one”? Os blast beats de Ledoux em “Garota verão” também reforçam a influência que os Skrotes trazem do metal. E não faltam referências nesse trabalho.

O que mais me encanta no som dos Skrotes é o clima macabro que algumas composições reproduzem, chegando ao ápice em “Nosferatu” e seus quase dez minutos. Ouvir “Tropical Mojo” é como pisar em ovos o tempo inteiro. A tensão provocada, no entanto, pode dar lugar à quietude num piscar de olhos, tamanha é a troca (natural) de paisagens numa mesma música.

Ainda não comecei a pensar na lista de melhores discos do ano, mas o primeiro lugar é dos Skrotes. Incontestável.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

3 Comentários

  1. Massa Daniel!!
    Que legal que vc também gostou do Tropical Mojo.
    Sempre fui fã dos Skróticos...e ter a honra de gravá-los foi muito legal! Acho que por ter uma banda instrumental, e por conhecê-los faz muito tempo ... sempre quis ajudar a traduzir o que os Skrotes queriam dizer...
    E como tudo o que os Skrotes fazem, saiu um disco imprevisível, porrada, space, psyco, glam, thrash, punk, hc e jazz...mas nunca fofinho... ehehe .... o EDU K conseguiu extrapolar as idéias da banda para um novo universo (mesmo parecendo impossível...risos) e me proporcionou a liberdade total pra mixar e masterizar... foi um trabalho muito "fluido", onde tudo se encaixou de maneira adequada à agenda de todos e com um clima muito positivo de fazer o melhor! Long live Skrotes!

  2. […] Resenha: Skrotes – Tropical Mojo […]

  3. Que massa, bixo ... sem palavras, até a próxima !

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