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Resenha: Tem Pero Verde – O pé de serra do Brasil

Depois de sete anos embalando as festas de Florianópolis com muito xote, xaxado e baião, a banda Tem Pero Verde conseguiu realizar o sonho de lançar o primeiro disco. “O pé de serra do Brasil”, gravado por Francis Pedemonte, saiu em julho e foi financiado por meio da plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria. O grupo arrecadou mais de R$ 7 mil para custear o projeto.

Criada em 2009 pelo baiano Gabriel Souza (violão e voz), a Tem Pero Verde promove o resgate do forró pé de serra, ritmo tradicional nas festas de São João. Souza canta sobre as saudades que sente do Nordeste, mas também exalta a cidade que o acolheu na música “Praias da Ilha”, que tem a participação do rapper DogaLove e do guitarrista Pedro Germer.

A voz agradável de Gabriel Souza se soma ao talento dos músicos que o acompanham. Fábio Costa (baixo) e Paulo Steil (bateria) formam uma cozinha da pesada. O percussionista Cristiano Panigas completa o time. Sem sanfoneiro fixo, a Tem Pero Verde já se apresentou com o mestre Bruno Moritz. No disco, as faixas (seis) foram gravadas por Marcelo Besen.

Até mesmo quem não é familiarizado com o forró se contagia com a qualidade do material. Músicas como “Bênção de todas as águas” e “O canto do sertão”, aqui sem a melodia da sanfona tocada nos shows, se destacam durante a audição. O ponto alto, no entanto, é a bela versão para “Flávia Luiza” (de François Muleka), com Marissol Mwaba dividindo os vocais.

A Tem Pero Verde é mais uma prova da diversidade do cenário autoral de Florianópolis. Além de rock, eletrônico, jazz, samba, reggae, hip hop, entre outros tantos estilos, também existe forró de alto nível sendo produzido por essas bandas. Quando a música consegue tirar um sorriso do rosto e alegrar o dia, dar nota é mero detalhe.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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