Selvagens (4)

Rifferama Entrevista: Selvagens à Procura de Lei

Foto: Divulgação

Em 2013, os Selvagens à Procura de Lei, de Fortaleza (CE), conseguiram realizar o que a maioria dos grupos independentes sonha: lançar um disco por uma gravadora de grande porte – Universal Music. O segundo álbum, homônimo, colocou o quarteto entre as revelações do rock brasileiro.

Apesar do sucesso, “Praieiro”, mais novo trabalho da banda, disponibilizado em fevereiro, foi gravado por meio de um financiamento coletivo. Neste sábado, os Selvagens apresentam o novo repertório na Célula Showcase, ao lado de Blame e Califaliza. O Gram também estava escalado para o evento, mas não vem por problemas com a produção de São Paulo. Uma nova data em Florianópolis deve ser marcada.

Como o nome sugere, “Praieiro” traz uma sonoridade mais alegre, que se distancia um pouco da pegada do último disco. A distorção ainda aparece em composições como “Lua Branca” ou no solo inspirado de “Projeto de Vida”, uma das duas faixas em que o baterista Nicholas Magalhães canta. O Rifferama entrevistou a banda, que falou sobre o novo direcionamento, a mudança para São Paulo, entre outros assuntos.

Rifferama – Como está a repercussão do “Praieiro”? Como os fãs têm encarado essa mudança no direcionamento musical?

Caio Evangelista (baixo) – A repercussão está muito positiva. Desde o lançamento das primeiras músicas sempre buscamos explorar temas e sonoridades diferentes do que já havíamos feito. O rock sempre está presente nos Selvagens, pela liberdade de explorar qualquer caminho que quisermos desenvolver. No Praieiro caminhamos pelo reggae, pelo funk, soul. Esses ritmos tocados pelos Selvagens acabam criando uma identidade própria.

Rifferama – A mudança para São Paulo influenciou nesse sentido? O que mudou na vida de vocês, pessoalmente e como banda mesmo?

Caio – A mudança para São Paulo serviu para um amadurecimento na banda em todos os sentidos. Essa experiência possibilitou que conhecêssemos outras ideias, outras formas e pensamentos sobre como se leva a vida e o que significa toda nossa dedicação. Passamos a nos dedicar exclusivamente à música, o que trouxe um amadurecimento artístico.

Rifferama – No disco temos duas músicas cantadas pelo Nicholas. Foi uma decisão natural? Os fãs da banda sempre pediam por isso.

Nicholas Magalhães (bateria) – Foi uma decisão natural. Eu adoro cantar e senti necessidade de compor e somar junto a todos da banda no nosso novo disco.

Rifferama – Nos últimos anos o Nordeste revelou várias ótimas bandas de rock. Vocês acham que ainda existe preconceito com as bandas de rock vindas do dessa região?

Gabriel Aragão (guitarra) – Quando tocamos pela primeira vez em São Paulo percebemos que o que nos destacava era o justamente o fato de sermos uma banda de rock do Ceará e também por falar sobre o que rolava em Fortaleza nas letras. O Nordeste está cheio de bandas super criativas. Em Fortaleza existe uma cena muito forte de artistas e compositores que se renovou de 2000 para cá. É instigante fazer parte disso.

Rifferama – Já tocaram em Santa Catarina?

Gabriel – Sim. Em 2012 tocamos no John Bull (Florianópolis) abrindo para o Nada Surf. Foi um show muito especial para nós porque estávamos tocando as músicas do nosso segundo disco pela primeira vez. Também pudemos conhecer um pouco da cidade e acompanhar um pedaço do litoral na estrada, que achamos incrível. Dessa vez estamos de volta para tocar o Praieiro na Célula Showcase e tenho certeza que a energia será muito boa.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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