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O primeiro single do Riodoce, projeto dos compositores Cicero Fernando Bordignon e Helon Borba, de 2023, sugeria um direcionamento intimista, voltado para o folk. Nos dois anos que separam “Eu não sei dizer adeus” para o lançamento do EP de estreia, que vem sendo divulgado faixa a faixa a partir de agosto, o duo encontrou uma forma de trabalhar e seguiu outra sonoridade, mais roqueira e com sopros. “Argentina”, “Pronto pra dizer adeus” e “Descanso” apresentam essa nova estética, cada uma com sua particularidade. “A gente está começando agora e não tem compromisso com nada. Tentar algo diferente a essa altura da vida me soa muito bem”, comentou Helon Borba, que fez parte de bandas como Rufus e Quarto Fechado, além do seu projeto solo — Bordignon é produtor musical e conhecido pela atuação em projetos como Maltines, Bonde Vertigem e Casablanca. As canções restantes chegam às plataformas digitais em novembro e dezembro.
No começo da dupla, o expediente de escrever música juntos aconteceu, mas o resultado não agradou. O que tem funcionado no processo de criação é a interferência de cada um nas ideias do outro, seja no texto ou na estrutura das canções: os arranjos são feitos em conjunto. Helon Borba trouxe “Argentina” e “Pronto pra dizer adeus” e Cisso Bordignon “Não teve uma música que não teve contribuição generosa do outro. A gente gosta do pitaco um do outro, por isso que está rolando essa mudança, que será mais escancarada no próximo álbum ou EP, de repente convidando pessoas para participar e interferir mais na sonoridade”, explicou o cantor e compositor. O Riodoce faz as coisas sem pressa, por isso a demora no lançamento do EP, que teve um empurrão do selo Habrok Music. Em contato com o Rifferama, Helon Borba falou sobre o jeito de trabalhar da dupla.
— Faltam duas músicas para finalizar o EP, que ainda não tem nome. Em novembro sai “Eu e você” e dezembro “Saudade”, que exemplifica muito bem como foi o processo de composição das músicas. Refizemos ela depois de ter gravado tudo e ter convidado um amigo meu para tocar gaita. Saímos felizes demais aquele dia do estúdio, adoramos, mas os dias foram passando e nós sentimos que perdemos um pouco a mão. E agora? A música finalizada, com voz e tudo, recomeçamos do zero. Foi a melhor coisa que fizemos. Essa burocracia de lançamento é um desafio para nós, não gostamos dessa coisa de ficar lançando, só começamos por causa de uma conversa de amigo que tive com Sidônio (Habrok). Ele pediu para ouvir as músicas, adorou e falou “bora”. As músicas estavam finalizadas há quase um ano. O nosso prazer é compor, trocar ideia sobre música, estar em estúdio.
Foto: Giovanna de Mello e Yusanã Mignoni