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O cantor e compositor Murilo Ribeiro, de Tubarão, integrou a Plano dos Alces (e a Cabana do Som também), uma das bandas mais interessantes de Santa Catarina nesta década. Seu primeiro trabalho solo, “Amoreci”, saiu em 2016 e, desde então, o músico vem trabalhando o seu amadurecimento – como instrumentista e poeta. O resultado dessa desconstrução é o recém-lançado álbum “Sereno”, disponível em todas as plataformas digitais.
“Um lugar com bons amigos é sempre um bom lugar pra ir”. O trecho de “Dindi (A Irene)”, uma regravação de “Din-din”, da Plano dos Alces, resume o clima do disco. Produzido por André Bresiani, “Sereno” é recheado de participações especiais. Tem Guilherme Simon e seus companheiros de Cavaleiros Marginais (o baixista Felipe Costa e o tecladista Lucas Suárez), Raul Silter, Junior Müller, Deison Freitas (RIP), Rodrigo Sartor (bateria), Dijjy Rodriguez e o próprio Bresiani, que tocou as guitarras e gravou vocais de apoio.
Em contato com o Rifferama, Ribeiro explica que o conceito do álbum se divide em duas partes: a musical e a sua associação como artista ao folk, estilo no qual se encontrou; e a desconstrução da linguagem. Apoiado em obras de Manoel de Barros e Nietzsche, o compositor canta histórias pessoais, como em “Pachamama” (com Raul Silter), que surgiu em uma viagem ao Peru, mas também fala sobre o homem comum, o dia a dia. E é essa a beleza de “Sereno”: a simplicidade.
— No meu primeiro EP não sabia tocar outros instrumentos, não conhecia muito sobre teoria musical e, sobretudo, não me conhecia muito bem. Descobri um estilo musical e achava que aquilo era eu. Comecei a estudar mais, aprendi a tocar bateria para ter noção de arranjo e me encontrei mais na textura folk – sempre curti Raul Seixas. A música “Íntimo” retrata algo que o Manoel (de Barros) fala, das pequenezas. Quero saber o que vem da vida do cidadão comum, não do que o espaço sideral tem pra me oferecer.
Foto: Raul Silter