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A maliciosa criação do Malice Garden jamais deve ser negada*

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*por Marcus Goulart

A cidade de Criciúma nos brindou com nomes bastante interessantes no cenário black metal. Bandas como Somberland, Posthumous, Luciferi Glorium e Forest of Demons fazem parte da história do underground local. É importante salientar que o guitarrista e vocalista Spok está envolvido em vários dos projetos citados. E o Malice Garden não é uma exceção: além de Spok também marcar presença na horda, as composições do Malice Garden são de qualidade ímpar. Após quase vinte anos em silêncio, a banda nos brinda com um novo EP, “Denying Creation”.

Como mencionado, temos aqui um mini álbum. E já podemos observar o único defeito de “Denying Creation”; é muito curto. Você quer mais. Você precisa ouvir mais. Trata-se de uma obra que tem inspirações no black metal clássico, mas que tem, ao mesmo tempo, seu próprio estilo, seu próprio som. Não se trata de uma cópia dos lançamentos mais influentes, mas sim uma sonoridade original que possui até mesmo certa finesse. A despeito de toda brutalidade, os riffs são belíssimos.

As guitarras efetivamente chamam a atenção. Criam uma atmosfera maléfica, mas sem o uso dos inúmeros estereótipos do estilo. Os vocais são raivosos, angustiantes. Soam como uma alma atormentada. Em suma, todo o conjunto é verdadeiramente louvável. O som é pesado e melancólico. É frio, rápido, furioso. É fácil perceber que os músicos são talentosos e experientes. Apesar de que o Malice Garden tem apenas três lançamentos em sua discografia, é palpável o quanto eles são parte de uma banda sobremaneira madura.

Diametralmente oposto ao título do EP lançado pelos criciumenses do Malice Garden, o citado trabalho não deve ser negado aos ouvidos de qualquer pessoa que se interesse pela vertente mais obscura do metal extremo. Mais uma vez, esperamos que “Denying Creation” seja uma prévia de um álbum completo, uma vez que as criações insculpidas no mini álbum nos deixaram sedentos por mais sinfonias sombrias do grupo. Uma bela execução que recomendamos com a maior veemência. Bandas que representam os velhos ideais do metal extremo são quase como uma espécie em extinção. Devemos apoiá-las.

*Marcus Goulart é advogado ambientalista, apreciador de vinhos, viajante de destinos incomuns e admirador de metal extremo. Escreve para veículos brasileiros e estrangeiros há vinte anos.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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