cacofonia-rifferama

A revolução será feminista ou não será: conheça a Cacofonia

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Camerata Florianópolis e TUM Festival


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

“Eletrodoméstico”, primeiro EP da Cacofonia, saiu no dia 23 de outubro cercado de expectativa. A banda de Joinville, formada por Sofia Lichtenberg (voz e baixo), Anna Freitas (guitarra) e Marcela Brito (bateria) já tinha um público cativo mesmo sem material nas plataformas digitais. A atuação nas redes sociais, com mais de 50 mil seguidores (Tiktok + Instagram) e milhões de visualizações, atropelou as coisas — o trio começou oficialmente em fevereiro. E a velocidade com que as coisas estão acontecendo tem tudo a ver com o som hardcore punk que elas fazem: visceral, agressivo, político e feminista. Abraçadas pela cena independente, a Cacofonia estreou ao vivo em agosto, em Blumenau, abrindo para Black Pantera, Eskröta e Surra. O EP de três faixas e menos de cinco minutos de duração foi gravado no estúdio Foska, na cidade natal do grupo, com produção, mixagem e masterização de João Italik, vocalista da planoreal e companheiro de Sofia.

A primeira reunião da Cacofonia aconteceu em fevereiro, no show de lançamento de “Nativos da era da mentira”, álbum da planoreal, banda da qual Sofia participou desde a formação, ainda como Catnip. A faixa “Autocracia domiciliar”, uma das escritas por Sofia para esse trabalho, foi trazida para compor o repertório de “Eletrodoméstico”. O EP demorou a sair pela urgência que a banda tinha em se preparar para tocar: Marcelo Brito é guitarrista, mas só topou participar da Cacofonia se assumisse a bateria. E teve que aprender o instrumento às pressas para cumprir os convites que começaram a aparecer. O formato do registro também foi decidido para atender os pedidos do público. Em contato com o Rifferama, a vocalista e baixista Sofia Lichtenberg falou sobre a importância das redes sociais na repercussão de “Eletrodoméstico”. Para 2026, o objetivo é lançar o primeiro álbum.

— A gente se sentiu na pressão de fazer rápido o EP, era para ter saído em agosto, mas quando a gente ia começar a gravar a produtora da Eskröta chamou a gente para abrir o show com o Black Pantera e Surra. A gente ainda não estava preparada e ensaiamos praticamente todos os dias para conseguir performar bem todos esses shows. Adiamos a gravação em prol de um bem maior. A gente só conseguiu retomar as composições agora, queremos lançar um álbum no ano que vem, mas não quero botar muita pressão na gente. As pessoas começaram a perguntar das nossas músicas com três meses de banda, se a gente tivesse lançado sem ninguém nos conhecer não teria surtido efeito nenhum. Está repercutindo muito bem, é louco ver isso, a galera está escutando, e isso é fruto da criação de conteúdo que a gente vem fazendo nos últimos meses. É impossível crescer sem isso, todo mundo tem que fazer. 

Foto: Ana Reginato

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *