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Acidental prepara segundo disco sem se encaixar em rótulos

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Apesar de produzir muito, o cantor, compositor e multi-instrumentista Alexandre M. (ex-Parachamas) faz as coisas no seu ritmo, sem seguir os padrões impostos pelas plataformas digitais. “Eu parei de trabalhar para o algoritmo muito cedo, quando percebi que todo mundo estava lançando música e pedindo para as pessoas fazerem pré-save”, comentou o artista. Só com o Acidental, seu projeto solo desde 2015, o catarinense de Blumenau, que hoje vive em Henley-on-Thames, uma cidadezinha de 12 mil habitantes perto de Londres (ING), lançou sete singles, uma coletânea, dois EPs e um álbum. Alexandre M. aproveita ao máximo o que coloca no mundo, entregando videoclipes, versões, gravações acústicas e produtos — o disco “Objetos arremessados pela janela”, que saiu em 2021, ganhou material físico em CD e vinil pela gravadora Heart Bleeds Blue.

O seu segundo álbum, “Como sobreviver sem açúcar”, com lançamento previsto para o ano que vem, foi produzido entre outubro de 2022 e agosto de 2024, por Paulo Senoni, com gravações em Blumenau, São Paulo e Londres. O single “Milhões de estações em um dia” tem as participações de Joe Gomes (ex-Pitty, baixo) e Jimmy Allan (bateria) e apresenta a sonoridade eclética do Acidental, que traz influências das bandas britânicas The Cure e Depeche Mode, dos artistas do Clube da Esquina como Lô Borges e Beto Guedes e também do post-rock do Sigur Rós. “O trampo do Acidental é muito obscuro para o pop ou muito pop para o dark”, ponderou. A estética vem na mesma onda do seu disco de estreia, mas talvez mais elaborada. O objetivo do músico é fazer algo diferente dentro do rock. Em contato com o Rifferama, Alexandre M. falou sobre os seus processos e a musicalidade do próximo trabalho.

— Quando comecei a chegar no meu som foi isso que entendi. Ele está um pouco ali e um pouco aqui, um pouco no dark, um pouco na música brasileira, tentando fazer uma mistura dessas influências que de certa forma conversam pela ambiência que a música carrega. Quero tentar fazer coisas diferentes. Eu gosto muito da sonoridade do primeiro, acho que é uma continuação, falando de estilo musical. Fiquei muito tempo estudando teoria musical e guitarra na pandemia, e ali já começo a fazer coisas novas, rascunhos para esse segundo disco. Ele vem um pouco mais complexo de harmonia, é uma evolução bem legal. Sempre que me falam que o meu som é diferente eu sei que é por causa disso, estou colocando um acorde que sei que não encaixa totalmente ou não é comum. Estou me esforçando bastante para entregar alguma coisa diferente do que rola no rock e acho que tenho conseguido.

Ficha técnica

Composição, arranjos, guitarras, synths e vozes: Alexandre M.
Baixo: Joe Gomes
Bateria: Jimmy Allan
Técnico de gravação de bateria: João Paulo “JP Batera”
Texturização analógica das vozes e reamp de baixo: Studio Mopho
Masterização: Pete Maher
Mixagem e produção: Paulo Senoni
Fotógrafo: Gil Gonçalves

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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