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Que Ana Paula da Silva é a nossa grande estrela todos sabem (ou deveriam saber), com direito ao Prêmio da Música Brasileira em 2017 como melhor cantora regional. Além do trabalho artístico, com seis álbuns e um DVD ao vivo gravados, Ana Paula também se destaca como pesquisadora. No mês de julho, a catarinense apresentou o livro “Alma na voz e mãos no tambor”, sobre as manifestações populares da Baía da Babitonga, região do litoral norte do estado que compreende os municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul. A publicação, que foi lançada oficialmente com eventos em Joinville, Jaraguá do Sul e Lages, é um desdobramento da sua dissertação de mestrado em Música pela Udesc (Universidade Estadual de Santa Catarina), de 2020.
Em “Alma na voz e mãos no tambor”, viabilizado pelo Edital Mecenato do Simdec (Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura) de Joinville, a cantora, compositora e instrumentista se dedicou a estudar e registrar quatro manifestações populares de comunidades e origens diferentes: o Catumbi do Itapocu, prática religiosa afro-brasileira que une dança, música e ritual para homenagear Nossa Senhora do Rosário, e os cantos indígenas de Araquari; Terno de Reis (cultura açoriana) em Joinville, e a Dança do Vilão em São Francisco do Sul, outra expressão folclórica afro-brasileira. Além do livro, Ana Paula da Silva escreveu músicas para cada tipo de manifestação popular e reuniu arquivos de áudio, partituras, fotos das visitas às comunidades e vídeos no seu site oficial. Em contato com o Rifferama, a artista falou sobre o objetivo desse trabalho.
— A proposta do livro foi trazer mais manifestações populares da região da Baía da Babitonga, um espaço muito invisibilizado, inclusive por quem mora naquela região, que muitas vezes desconhece ou não quer prestar atenção no entorno. É um livro que faz um breve mapeamento das manifestações dos povos originários, dos corais indígenas guarani da região, e também das manifestações açorianas e afro-brasileiras, trazendo características dessas práticas que são musicais e também das comunidades. O Catumbi é a primeira manifestação afro-brasileira do estado a receber o certificado de patrimônio cultural. Em Joinville descobri durante a minha pesquisa que existem 35 grupos de Terno de Reis na cidade. O livro apresenta a história de cada grupo, os instrumentos que são utilizados, o contato de todas as pessoas. Boa parte dos exemplares retornou para as comunidades, no sentido de promover a manutenção desses grupos.
Ficha técnica
Pesquisadora, autora e compositora: Ana Paula da Silva
Proponente e produtora executiva: Patrícia Sayure
Revisor: Walter Guimarães
Designer gráfico: Daniel Olivetto
Ilustrações: Hyndira Borba
Fotógrafo e videomaker: Gabriel Silva
Transcrições musicais: Davi Sartori e Fábio Mello