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Andres Anderson e a nova arte em “Exercícios de liberdade”

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Após o lançamento do seu primeiro disco, “Rails of Life”, em 2017, Andres Anderson passou por uma crise de identidade. O multiartista de Gravatal vendeu os seus instrumentos e chegou a dar um tempo da música, mas a vontade de escrever falou mais alto durante a pandemia, junto com o desejo de repaginar a sua pessoa artística. Por uma questão política e também de estética, o cantor e compositor voltou a tocar violão sem compromisso com o resultado, deixando para trás as suas influências. E foi assim que surgiu o álbum “Exercícios de liberdade”, que foi dividido em Lado A e Lado B, cada parte com cinco canções e lançadas nas plataformas digitais em julho de 2023 e maio deste ano, respectivamente. O material foi gravado por Javerson Exterckotter da Cunha, no NK Studio, e teve as participações dos baixistas Olivânio Zanela e Frankson Martins e dos bateristas Ramon Scheper e Willian Carlos.

O primeiro passo para essa mudança foi escrever as letras em português, o que já tinha acontecido em 2018 com o single “O amor, o mar e a estrela”. “As pessoas me perguntavam a tradução das letras e comecei a me sentir um pouco colonizado na questão da estética, de fazer algo que não é da nossa cultura”, comentou. Nesses cinco anos sem gravar, Andres Anderson conseguiu chegar em uma sonoridade que representa o artista que é hoje. Em uma roupagem que mistura o folk e o rock, o cantor e compositor escolheu uma variedade de temas para abordar nas canções de “Exercícios de liberdade”: os textos são autobiográficos, mas também falam da situação em que o mundo se encontrava na época, a instabilidade política, a pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, entre outros temas. Em contato com o Rifferama, o músico celebrou essa nova fase.

— Pensei em parar em definitivo com a música, veio a pandemia, me sensibilizei de novo, as coisas começaram a me tocar de uma forma mais profunda e comecei a refletir o que eu queria para a minha vida. Resolvi fazer um teste comigo mesmo, pegar o violão e deixar sair o que for, sem julgar, esqueci as minhas influências. Esse álbum marca uma mudança na minha visão de mundo, na minha postura artística, na questão estética também. Deixei a inspiração vir. Queria esquecer tudo que já tinha feito e fazer uma coisa nova. Esse álbum está mais verdadeiro, é bem mais a minha cara, as letras perpassam a minha vida pessoal e têm um pouco também de como estava o mundo quando escrevi essas músicas. É o registro de um momento, marca uma fase da minha vida, as músicas ganham mais profundidade. Separei em Lado A e Lado B para remeter a essa época em que as pessoas paravam para ouvir música. Tenho buscado esse tipo de público, de pessoas que buscam por uma conexão.


Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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