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O Apocalypse Cùier foi formado no final de 2018, quando Monalicia Knob (teclados) e Luck Yemonja Banke (voz) se conheceram numa reunião do NeTrans (Núcleo de Pesquisas e Estudos de Travestilidades, Transgeneridades e Transexualidades) da UFSC, o priumeiro grupo de pesquisa universitária do Brasil criado por pessoas que se reconhecem como transgênero. Louis Patricio (flauta) se juntou ao projeto pouco tempo depois e começaram as experiências musicais, mas a pandemia adiou esse processo de desenvolvimento da banda, que foi retomado em 2022, quando Monalicia voltou para Florianópolis. No mesmo ano, o grupo, atualmente um sexteto, lançou o primeiro single, “Terroristas de gênero”, apresentando a proposta musical e também conceitual do Apocalypse Cùier. “A sociedade está colapsando, o apocalipse é literal, não é uma metáfora. A gente assume esse posicionamento, o tempo dessa passividade acabou e a gente assume esse posicionamento agressivo, misturando um pouco com humor, mas a gente também é afeto”, afirmou Monalicia.
Fazer MTB (Música Trans Brasileira) em Santa Catarina é um desafio. A banda já foi perseguida em virtude das suas apresentações, recebendo críticas tanto do público conservador e até de políticos cujos nomes não valem ser mencionados. Nada que abale a missão do Apocalypse Cùier, que infelizmente teve de pensar em estratégias para se defender desse tipo de situação. “A gente já espera, as pessoas trans são colocadas como o mal do mundo”, comentou a tecladista. Mas nem tudo sobre o grupo é militância. “Tropic All”, faixa título do primeiro EP do sexteto, que saiu em 17 de fevereiro, traz esse lugar de afeto e reforça o som plural do Apocalypse Cùier, que mistura música brasileira com pagode, rock com jazz, baião com brega, entre outros gêneros. Em contato com o Rifferama, a tecladista e produtora Monalicia Knob falou sobre o EP e também os projetos futuros da banda, que tem outro trabalho pronto para ser divulgado.
— “Tropic All” é uma música que se propõe a falar dessa leveza. Tem “Terrorista de gênero” e “Ninguém aguenta ser cis”, que são com os dois pés no peito, queríamos lançar algo para as pessoas verem que a gente também é afeto. A nossa musicalidade casa muito com “Tropic All”, é tudo misturado, a gente não tem gênero nem na música e essa mistura que a gente faz é intencional. É uma característica dessa MTB, que é um fenômeno nacional e não existe em outro país do mundo, de artistas com essa projeção e qualidade, um mar de artistas trans fazendo um trabalho absolutamente político, que é referência, a gente faz parte desse fenômeno e estamos puxando por aqui. Estamos com um EP para lançar agora no meio do ano, “Madame Satã”, e até o fim do ano a gente consegue lançar o nosso álbum, que vai ser “Os Sete Selos do Apocalypse Cùier”, com todas as nossas músicas. A gente leva quase 60, 70 horas por música, então é muito tempo, muito carinho, muito cuidado. Tem bastante programação para esse ano, estamos bastante animados.
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Ficha técnica
Áudio
Luck Yemonja Banke: Vocal
Louis Patricio: Flauta
Rafa Luiz: Percussão
Monalicia Knob: Teclas, produção musical, mixagem e masterização
Naian Banto: Percussão
Juno Nedel: Baixo e guitarra
Vídeo
Direção: Sandra Alves e Naian Banto
Imagem e montagem: Sandra Alves
Designer e comunicação: Louis Patricio
Arte: Naian Banto e Louis Patricio
Produção: Tami Macial e Raíza Caron