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O músico, designer, ilustrador e beatlemaníaco Mayer Soares deixou o interior de São Paulo em meados de 2017 para trabalhar em Florianópolis. Chegou sem conhecer ninguém, mas aos poucos foi fazendo amizades e se inserindo no cenário autoral da região. Em menos de três anos, Mayer criou um evento de blues na cidade, lançou um EP e um single e está se preparando para gravar o primeiro disco, que está recebendo apoio por meio do Kickante. A campanha de financiamento coletivo encerra na próxima sexta-feira (20).
A gravação tem prazo para acontecer e o álbum deve sair com ou sem o sucesso do crowdfunding. Em contato com o Rifferama, Mayer Soares afirmou que o disco será gravado ao vivo entre maio e junho, em uma casa na beira da Lagoa da Conceição. O disco será produzido por Felippe Pompeo, com Lucas de Sá na engenharia de som. Além da banda, formada por Mayer e seu inseparável baixo Hofner, Chico Badalotti (guitarra), Thiago Mordentte (guitarra) e Henrique Recidive (bateria), estão previstas participações especiais.
— Esse novo trabalho será diferente. Estamos ensaiando exaustivamente para gravar ao vivo. Vamos pegar uma casa e preparar o ambiente para a captação, que será feita em dois dias. Queremos essa estética mais roots. As composições são um pouco diferentes, vai ter mais peso do que no meu EP (“Atemporal”), tem muito do meu DNA Beatles ainda, mas pegando referências de outros lugares, com um pouco de sujeira dos anos 60, que eu gosto.
Sobre a adaptação na Ilha, Mayer conta que a primeira banda que conheceu foi a Parafuso Silvestre, que inclusive será homenageada com uma composição no disco. A vontade de gravar as suas próprias músicas surgiu após ter visto a banda no palco, ao lado de Outros Bárbaros, Fevereiro da Silva e Gambitos, em uma das noites da Semana do Rock Catarinense de 2018, na Célula Showcase.
— Quando vi a galera cantando “Flor” (música da Parafuso Silvestre) enlouquecida, pensei, nossa, preciso gravar as minhas músicas de uma maneira certa. Quis fazer parte disso, não conhecia ninguém no rolê, não sabia como me introduzir, e uma amiga me deu um conselho, que era para eu começar tocando algo que eu gosto e as pessoas conheçam. Montei uma banda cover de Beatles, a Revolved, que toca lado B, e acabei conhecendo o Duda Medeiros, que me convidou para gravar no estúdio dele. Entrei no Beatles pela Vida, conheci outros artistas e comecei a frequentar os bares de música autoral. Diferente de São Paulo, aqui vi uma união das bandas, e isso me incentivou a gravar.
Foto: Larissa Payao