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Oswaldo Schlickmann Filho (1977), o Wado, é um dos artistas mais prolíficos da sua geração. Nascido em Florianópolis, o cantor e compositor cresceu em Maceió (AL). Dono de discografia extensa, com 13 álbuns solo, mais um com o grupo O Clube e outro com Patrícia Marx, o manezinho-alagoano construiu uma obra diferente do posto de vista estético. Desde 2001, quando estreou com “Manifesto da arte periférica”, Wado vem experimentando a cada novo trabalho. “Eu tenho uma produção muito grande, acho que isso até me atrapalha”, ponderou. O seu último lançamento, “O clube dos jovens de ontem”, que saiu em dezembro, é um recorte dessa versatillidade: o disco abre numa pegada bem brasileira, com guitarrada e xote, mas a principal referência vem de “Harry’s House” (2022), do britânico Harry Styles. “Quis contrastar essa informação de que eu estava velho e botar um cara que era de boy band como referência. Fui muito na cola e acho que fui feliz, a gente conseguiu um som de baixo e bateria bem na onda dele, sem falsa modéstia”, comentou.
Apesar de ter uma trajetória consolidada como artista solo, o que Wado parece gostar mesmo é de colaborar com outros artistas. Já participaram dos seus álbuns artistas como André Abujamra, Chico César, Cícero, Curumim, Lucas Santtana, Lucas Silveira (Fresno), Mallu Magalhães, Marcelo Camelo, Teago Oliveira, Tuyo, entre tantos outros. Da mesma forma, o cantor e compositor já deu o ar da sua graça em trabalhos de Maglore, Gabriel Aragão (Selvagens à Procura de Lei) e Zeca Baleiro, com quem vai apresentar um novo disco em outubro, chamado “Coração sangrento” — “O clube dos jovens de ontem”, inclusive, saiu pelo selo do parceiro, Saravá Discos. Em contato com o Rifferama, Wado, que também é jornalista (confira os seus textos no Massaroca), falou sobre a diversidade musical que é uma característica marcante da sua carreira, o seu último lançamento e também da parceria com Baleiro.
— Estou sempre procurando uma paisagem sonora. Como tenho uma voz muito característica, esquisita, acaba dando link. Eu vou me propondo obstruções e conceitos. “O clube dos jovens de ontem”, meu disco mais recente, tem uma paisagem sonora muito próxima desse disco do Harry Styles, que é um artista pop. Mas ele tem uma brasilidade para um lugar que eu ainda não tinha ido, tem uma lambada, aquela coisa que também está muito ali no Pará, nos mestres da guitarrada, e um xote, uma coisa Nordeste mais de dentro. Eu sempre fui um bicho litorâneo. Acho um trabalho muito bonito, estamos rodando com ele e está indo muito bem, fomos a Salvador, ao Maranhão, ao Ceará, também fizemos bastante Maceió, lançamos em São Paulo no SESC Vila Mariana, quem sabe a gente chegue aí com ele. O disco com o Zeca é um disco de compositor, grande, tem um quarteto de cordas, as canções são grandiosas. É um disco muito bonito.
Ficha técnica
Wado: Voz, violão e produção
Vitor Peixoto: Guitarra
Igor Peixoto: Baixo
Rodrigo Sarmento: Bateria
Jair Donato: Synths, voz de apoio, violão em “Álcool ou acetona”, mixagem e masterização
Foto: Brenda Guerra