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Em julho de 2023, o cantor, compositor e pianista Assini apresentou “Mesa branca”, canção em parceria com o artista conterrâneo (ambos nasceram em Brusque) Carmino. O single, que também ganhou um videoclipe dirigido por Rafael Klein, revelou o conceito do seu próximo trabalho, “Tarô”, seu primeiro registro em português após três EPs com letras em inglês lançados entre 2018 e 2021. O projeto, que em princípio seria um álbum, foi divulgado em dezembro nas plataformas digitais como seis faixas, por questões de orçamento — o material foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal. Davi Carturani produziu “Fantasma”, enquanto Demis Kohler, do Estúdio Euphonia, foi responsável pelo restante das gravações. A mudança no formato também deixou o feat de fora do repertório. “Como não consegui recursos para fechar um álbum, quis utilizar esse espaço para as inéditas”, explicou.
Em comparação com os seus trabalhos anteriores, “Tarô” se destaca pela temática inspirada em filmes de terror, principalmente na questão do sobrenatural, e pela estética sombria, que também está presente na identidade visual do EP. A música de Assini ainda faz pop, com batidas dançantes, mas a sonoridade é diferente de tudo que o artista já fez até agora, mais experimental e menos comercial. “Tarô” foi planejado para ser apreciado como uma experiência e, pelo retorno que vem recebendo do público, o objetivo foi cumprido. “Todo mundo que está escutando me diz que está sendo uma experiência do começo ao fim, principalmente com fones de ouvido. O som te levar para algum lugar, era mais ou menos o que eu queria passar pras pessoas”, comentou o artista. Em contato com o Rifferama, Assini falou sobre a a concepção e estética do seu primeiro material completo em português.
— Depois de “Mesa branca” vim gravando outras faixas nessa temática, se não na letra, na sonoridade, alguma coisa eu usava a temática do sobrenatural. Tem “Fantasma”, o tarô, as cartas, trazendo referências das coisas que eu escuto e vejo, tanto de filmes de terror como referências no geral. Esse interesse no sobrenatural é algo que sempre me acompanhou. Acho que o resultado da sonoridade em si é de longe o meu melhor, “Tarô” é o projeto que mais me orgulho até agora. O Demis (Kohler) conseguiu chegar até onde eu queria, ele entrou na minha cabeça e tirou tudo o que eu pensava. Esse EP traz uma sonoridade bem diferente para o pop brasileiro, fiquei muito orgulhoso do resultado, queria trazer esse experimento mais dark, que foge um pouco do comercial, porém bem autêntico e diferenciado. Não consigo comparar com nenhum outro projeto que eu conheço, é algo bem único.
Foto: Teo Gums
