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“Convecta”, segundo álbum de estúdio de Marissol Mwaba, divulgado no dia 3 de outubro nas plataformas digitais, talvez seja o trabalho mais representativo da carreira da artista, recheada de momentos e colaborações especiais. O registro traz participações de quem esteve junto desde o começo, como o também cantor, compositor e multi-instrumentista François Muleka, irmão de Marissol, as companheiras do Grupo IMANI, e parcerias mais recentes da sua vivência em São Paulo como Rincon Sapiência, Rashid, Bebé, entre outros. Com dez faixas, “Convecta” coleciona afetos e diminui distâncias: o disco foi gravado em diversas cidades do Brasil e também na França, onde a artista vive atualmente, e na Áustria. Uma verdadeira força-tarefa. “Esse álbum não teve financiamento, todo mundo quis facilitar para isso poder acontecer. Ganhei muitas coisas das pessoas nesse processo. É uma coisa quase que tecida, essa coisa da música vivida aconteceu no álbum”, contou a artista.
Além desse aspecto trajetória, presente também na estética do disco, com arranjos vocais, mistura de musicalidades e experimentações, “Convecta” também traz o lado cientista de Marissol. O título do álbum surgiu a partir de uma reflexão sobre a sua experiência artística e também no estudo da astrofísica — o seu professor e pós-doutor Raimundo Lopes (USP e NASA) batizou o trabalho após receber um extenso material sobre o processo criativo. “Convidei ele para batizar o álbum junto comigo e escrevi 18 páginas sobre as coisas aconteceram durante o processo. A palavra que vinha para ele era convecção, que é a transferência de energias. “Convecta” é um disco científico e afetivo. Tudo é um tecido onde as coisas estão conectadas”, explicou. Em contato com o Rifferama, Marissol Mwaba falou sobre o significado de “Convecta” na sua carreira.
— É um álbum de apresentação, o que eu queria e sentia falta, que apresente o meu universo artístico, musical, geral. Vejo como um trabalho que me representa em todos os sentidos, desde as capas, as pessoas que cruzei na minha história, as composições do François que marcaram a minha vida e trazer ele como feat nessa nova faceta de rimar junto com outros rappers que conheci e me fortalecem também. Quis trazer essas pessoas próximas que têm alguma participação no meu caminho e me inspiram, como a Dandara e as meninas que estão na música “Convecta”. Esse álbum é um retrato do que sou hoje, eu precisava abrir lugar para essa história nova. É tudo diferente, roupas, identidade visual, a estética, as músicas, o jeito de cantar. Esse trabalho me dá oportunidade de juntar todas essas sonoridades, mas num compromisso de não perder a conexão com a base do que eu realmente sou.
Mais sobre o conceito de “Convecta”
— A gente vive em um período em que o centro não está mais tanto na arte, mas em como você se faz ser visto. É quase como se uma estrela começasse a querer brilhar mais por ali, mexendo no próprio jeito de ela existir para contemplar uma audiência. E isso compromete o produto artístico. Eu quero ter a possibilidade de me investigar lá no fundo e não vou modificar isso em função de qualquer coisa. Quando as estrelas morrem elas soltam tudo o que elas fabricaram para o meio interestelar. Isso deixa o meio mais rico. Quando surgem novos objetos, eles têm à disposição uma riqueza muito maior. Um pouco do que já se foi, fica para a gente ser. Quando a gente vê um artista no palco, ele também tem um pouco do brilho do que ainda nem é. Em cada brilho de cada pessoa tem um pouco de tudo que já passou e fica aqui para que a gente também seja. Quero que o álbum seja um ponto de luz na vida das pessoas.
Ficha técnica
Direção criativa, direção executiva, arte e design de capa: Marissol Mwaba
Produtores musicais: Jax One The Beat, LAN, André Xerife, Baka e Marissol Mwaba
Mixagem e masterização: Dani Mariano
Realização: ADABU
Label e marketing digital: Dreamland Digital
Distribuição: Tratore
Editora: BMG Brasil
Consultoria conceitual e científica: Dr. Raimundo Lopes (Astrofísico)
Apoio: Scola Productions e Lab Voz
Foto: Nayron Rodrigues

