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Em 2008, Michel Spadel Ghizzo e outros amigos fundaram a banda Vetor Unitário, em Tubarão. No começo, a turma fazia um zine em papelão na certeza de que aquele material mudaria o mundo. Quando viram que as pessoas não paravam para ler, foi a hora de partir para a música. “Música todo mundo escuta. A gente queria fazer as coisas serem diferentes, obviamente vimos que não era bem assim, mas continuamos”, comentou o vocalista, único integrante da formação original. A estreia veio em 2010, com o EP “Produção em série”, mas o grupo ainda estava dando os primeiro passos, então esse material não é divulgado. Desde 2015, A Vetor Unitário mantém uma espinha dorsal, com Michel, Gustavo Oenning (baixo) e Vitor Fernandes Machado (bateria), que gravaram o segundo EP, homônimo, lançado no mesmo ano. Até 2019, a banda fez muitos shows e escreveu o repertório do álbum de estreia, “Até aqui tudo bem”, que saiu em outubro nas plataformas digitais.
Atualmente um quarteto, com Fred Bardini Alves na guitarra, o grupo pretende entrar em estúdio novamente para fazer um registro de até quatro músicas com o objetivo de mostrar essa nova cara da Vetor Unitário. Ao contrário do que esse intervalo de oito anos entre os lançamentos do último EP para o disco sugere, a Vetor Unitário nunca esteve parada. “Até aqui tudo bem” traz sete faixas e duas regravações do trabalho anterior, “Remissão da culpa” e “Impulso”. Produzido em Criciúma por Orlando Bussolo Junior, que é vocalista da Malice Garden e já assinou discos de nomes como Somberland, Silent Empire e They Come Crawling, o álbum teve as baterias captadas no Pimpas Studios. A arte da capa foi feita por Maju Capelato, enquanto o encarte ficou a cargo do baterista. Musicalmente, é o melhor que a Vetor Unitário já apresentou até aqui, um hardcore pesado com letras politizadas. Em contato com o Rifferama, o cantor e letrista da banda falou sobre o conceito e a sonoridade de “Até aqui tudo bem”.
— As músicas desse disco são daqueles três anos, até 2019, e elas trazem uma visão de mundo com um viés de esquerda/marxista. Nem precisa ser de esquerda nesse período para ver para onde as coisas estavam rumando. Ele é mais pesado, mais trabalhado, e isso é raiva. O nome dele foi tirado de um filme francês, a imagem que a gente tem é a de um cara caindo de um prédio e ele está ali dizendo até aqui tudo bem, o problema não é irreversível, mas é muito provável. As letras são contra a visão de mundo da liberdade que o capitalismo ensina, obriga, introduz, da meritocracia, é uma crítica a isso. Sem dúvida são as nossas melhores composições, a melhor gravação, e a banda agora com essa formação estamos pensando em compor um EP com três ou quatro músicas para esse ano. Como todo mundo, a gente como banda acaba mudando com o tempo. O que há por vir será ainda mais pesado, no nosso ponto de vista, queremos mostrar esse disco ao vivo e se não lançar tentar deixar pronto esse material neste ano.
Bom demais