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A Bad Chairs tirou todo mundo da sua zona de conforto. A única que está na sua função é Yve Sarkis, que já tocava bateria, mas nunca tinha participado de um projeto autoral. Gui Guedes, baixista da Oyster, virou vocalista e guitarrista, enquanto Victor Berretta, baterista da End of Pipe desde 2011, assumiu o baixo. “Como não estava acostumado a cantar e tocar guitarra, pensei em chamar pessoas que não tivessem tanta prática como eu para ter essa vibe de aprender junto e fazer as coisas de uma forma mais simples. A ideia foi fazer algo que a gente conseguisse tocar e fosse divertido. Deu muito certo”, comentou Guedes. E foi nessa pegada que o primeiro single, “100% do meu tempo”, foi produzido. Gravado pela própria banda no estúdio do baixista, a música, lançada no dia 25 de outubro nas plataformas digitais (o videoclipe deve sair em breve), foi mixada e masterizada por Thales Stipp. A arte da capa foi feita por Sara Faccio.
Diferente das outras bandas dos integrantes, que militam na seara do punk rock e hardcore, a Bad Chairs traz referências do rock alternativo, emo e shoegaze, com letras em português, muito por influência da cena independente de Florianópolis. O nome do grupo tem relação com uma experiência pessoal do vocalista e guitarrista, que rompeu o tendão de Aquiles do pé direito e teve dificuldade de encontrar um bom lugar para sentar nos rolês — o objetivo no começo era chamar o trio de Cadeiras, mas o voto da maioria venceu. “100% do meu tempo” fala sobre saúde mental e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), algo que faz parte da rotina de Guedes. A mistura de tratar de temas sérios com uma sonoridade por vezes mais alegre fez com que a Bad Chairs inventasse o rótulo de rock “felistre”. Em contato com o Rifferama, Gui Guedes comentou sobre a estética da banda, as suas inspirações para escrever e os planos para 2025.
— Comecei a escutar muito midwest emo depois de um show da Centroleste Autopeças, as bandas que têm essa sonoridade têm tanto a brincadeira sobre falar sobre problemas e saúde mental, mas às vezes isso contrastando com uma sonoridade mais feliz, usando uma sequência de acordes bonitos. É feliz, mas é triste, ou o contrário também, de letras mais otimistas com melodias mais tristes. A ideia do rock felistre é brincar com esses dois conceitos sobrepostos. Na superfície, “100% do meu tempo” é uma música sobre saúde mental e TDAH, sobre esquecer as paradas. É muito sobre a minha luta interna de aceitar que preciso tomar remédio para ser um ser humano funcional. Estamos começando a pré-produção das demos das próximas músicas e pensando como vamos fazer, provavelmente vamos gravar pelo menos as sete músicas que temos agora e disponibilizar esse material de alguma forma para divulgar a sonoridade da banda como um todo.