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Há dez anos, a Praça João Marcondes de Mattos, em Biguaçu, às margens da BR-101, virou o ponto de encontro dos fãs da cultura hip hop. Todo domingo, a partir das 18h, a Batalha da 196, em alusão ao quilômetro da rodovia, os artistas de MCs da região competem pela melhor rima da noite nas categorias sangue e conhecimento, transformando a vida de muitas pessoas que participam e fizeram parte da história desse coletivo. Essa trajetória é contada no documentário “Resistência 196: Conectando arte e conhecimento”, divulgado em novembro. O audiovisual tem direção de Maria Clara Souto (veja a ficha técnica abaixo) e foi realizado por meio do Edital de Chamamento Público n° 003 da Secetul (Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer) da Prefeitura Municipal de Biguaçu, com recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022).
Em 29 minutos, o documentário traz imagens de arquivo e entrevistas, além do registro de uma intervenção na Escola Básica Municipal Professor Donato Alípio de Campos, que aconteceu em outubro do ano passado, que teve como objetivo proporcionar uma vivência da cultura hip hop, com leitura de poesia, exposição e batalha entre os alunos, comandada pela professora Isadora Lunge, uma das participantes do doc, que ainda traz depoimentos das MCs Valk e Manjami. “Resistência 196: Conectando arte e conhecimento” tem na trilha sonora o grupo Família TTC e os artistas Alcatéia, OG D’Silva e Negro Rudhy, que ajudam a ambientar a cena para os duelos que foram resgatados, com destaque para o rapper Santos, de 14 anos, que tem o sonho de apresentar a batalha no futuro. Em contato com o Rifferama, Tafarel Costa, o TTC MC, um dos idealizadores da 196, afirmou que a luta agora fazer com que o evento seja reconhecido como ponto cultural em Biguaçu.
— No começo foi muito difícil, Biguaçu é uma terra de gente conservadora, a maior dificuldade foi a opressão policial e falta da compreensão do público em ver a gente como cultura. Eu não tinha noção do quão grandioso poderia ser. Nosso objetivo é criar uma Casa do Hip Hop, para ter oficinas, estamos vendo o local. Às vezes os pais não conseguem apoiar o sonho das crianças, estamos aqui para mostrar que a arte salva vidas, queremos acabar com o preconceito nas batalhas de rimas, assim como colocamos regras para botar mais crianças e pessoas, parar com transfobia, homofobia, machismo, e ensinar qual o maior projeto dentro do hip hop. É a palavra que muda a mente das pessoas, o nosso objetivo é passar essa visão. Estamos lutando por uma cadeira do hip hop no setor cultural do município, falta colocar na prática a papelada. Queremos que a nossa batalha seja reconhecida como ponto cultural, para poder fazer a nossa cultura, exercer o que é nosso por direito.
Ficha técnica
Direção, câmera 1 e edição: Maria Clara Souto
Câmera 2: Alixandre Pires
Captação, edição e mixagem de áudio: Matheus Souto
Making of: Lara Decker
Design gráfico: Duda Marcelino
Coordenação de projeto: Karolyne Gaspar
Coordenação jurídica: Thiago Hermanis
Apresentação: OG D’Silva, Alcatéia e TTC MC
Organizadores da Batalha: Guilherme Lohn, TTC MC, Alcatéia, OG D’Silva, Duart e Karolyne Gaspar
Participação especial: Margarete Costa, Crislaine Costa, Valk, Manjami e Isadora Lunge