blumenkraut-rifferama

Blumenkraut une desafio criativo e ação social em Blumenau

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini KalzoneCamerata Florianópolis, Biguanet InformáticaLord Whisky Distillery e TUM Festival


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

O músico Pedro Museka, da Ahab Sealife Conservation Inc., um dos idealizadores da coletânea Blumenkraut, teve uma ideia no mínimo curiosa: propor um desafio criativo para artistas da região de compor inspirado no krautrock, gênero surgido na Alemanha no fim da década de 1960 que, de tão abrangente, reuniu grupos de música eletrônica como o Kraftwerk e Tangerine Dream e bandas experimentais e progressivas, que traziam improvisações jazzísticas ou o groove do funk como Can, Amon Düül e Neu!. Parece legal, certo? Calma que a história fica melhor ainda. A compilação, disponibilizada no 7 de julho para download pago no Bandcamp pelo valor mínimo de 3 dólares (cerca de R$ 15), tem toda a arrecadação revertida para a AMA (Associação de Pais e Amigos do Autista) de Blumenau e Microrregião.

Outro ponto interessante para destacar é a curadoria feita para o projeto. Como o krautrock oferece múltiplos caminhos sonoros, o Blumenkraut traz artistas e bandas de estilos que pouco ou nada têm a ver com essa estética, como o rapper Zinho Bueno e Gabriel Vitor, vocalista do grupo de indie rock Os Vermelhos. Além da Ahab Sealife Conservation Inc., Museka participa ainda solo com a faixa “Photo Dietz” e com a sorosoro, que gravou a música mais longa do material, “TCC”, com seus quase 11 minutos. O álbum, que traz ainda Sexy Cake Funk Club, Sugar Coated, O Teatraedro e VÉI’OBRABO, foi gravado de forma independente (cada participante produziu a sua própria track) e mixado por Arieu Felipe. A direção de arte é de Gabriella Prussak. Em contato com o Rifferama, Pedro Museka falou sobre a origem do Blumenkraut.

— A gente na Ahab sempre curtiu muito o gênero e fazia uma jam pensando nessas inspirações e conversamos sobre como seria legal chamar uma galera e fazer o pessoal olhar com outros olhos para esse gênero, que é um pouco obscuro, e desafiar a sair da caixa. O krautrock é fundação para muita coisa que existe hoje. A gente queria mostrar que existem infinitas fontes de inspiração e temos que estar abertos para buscar coisas novas e antigas, ver o que a gente gosta e não gosta, para ter mais ferramentas criativas no nosso arsenal. Percebemos também que seria legal fazer com uma mentalidade de gincana, ter um chamativo social pra chamar pro projeto, o que virou a parte mais importante. Algumas pessoas conheceram o gênero por causa do Blumenkraut, foi um desafio criativo com esse propósito de ajudar a comunidade, de mostrar que a gente pode ajudar a cidade através da música. 

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *