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O rapper Lucas Werner Lima, que assina como Ca-zlu, está na cena desde quando tudo era mato, como a gente diz por aqui. Ex-integrante do Arma-Zen, grupo que revelou diversos MCs e gravou dois discos (em 2006 e 2012), fez a sua estreia solo em 2018, com três faixas que entraram para o repertório do seu primeiro álbum, “Viagem de ida”, lançado no ano seguinte nas plataformas digitais. Antes de retornar ao microfone com “De oeste a norte: uma história real”, que saiu no dia 16 de fevereiro, o artista fez parte do coletivo Losotros, que reuniu a velha guarda na cypher “Sonora guerrilha II” em 2021, mas infelizmente não prosseguiu. O projeto, no entanto, rendeu frutos, pois Ca-zlu deve lançar até a metade do ano um feat com GZN, parceiro naquela empreitada. Voltando ao novo single, “De oeste a norte: uma história real” traz as participações de Davi0la (seu irmão de sangue), Caime, tem produção de WHELL BEATZ e foi selecionado para compor a trilha sonora do filme “Amadeu e a madeira”, de Luiz Fernando Fernandes, da Companhia Boa Nova.
Esteticamente, a faixa apresenta uma sonoridade diferente dos trabalhos anteriores. Com um flow progressivo e uma batida de drill, Ca-zlu rima sobre as dificuldades da época do seu começo no rap, e tem o discurso endossado por Caime, contemporâneo da cena em Florianópolis. “Era uma parada que eu queria falar no som. A exposição era foda, fazer rap era um alvo, muita coisa mudou pra melhor, mas tem coisas que é legal que as pessoas saibam. Como o Caime pontua, o hip hop nos formou. Esse contexto cultural refletiu no entorno, fez eu procurar me desenvolver. Fui me tocar disso depois de mais velho. O rap dá um senso de propósito gigante”, afirmou Ca-zlu, que decidiu não participar da reunião do Arma-Zen. Motivado pela escrita, o rapper está num momento de se desafiar e se entender como artista. Em contato com o Rifferama, o MC falou sobre o novo single, que deve ganhar um videoclipe em breve que promete emocionar a turma da velha escola.
— A minha arte está mais alinhada com as motivações de escrita do som, de buscar um impacto. Fazer rap pra mim é alimento, preciso disso. Estou voltando para os microfones, assim como o Caime, foi foda trocar essa ideia com ele, não só pelo momento artístico, mas por ter vivido numa mesma época de construção do hip hop na cidade. Meu foco é fazer o som mais próximo possível do jeito que idealizo, não busco um volume de faixas. “De oeste a norte” veio nesse feeling nostálgico, mas bem diferente e desafiador pra mim, isso é uma das coisas que me motiva a escrever também. Apesar de eu estar falando numa ótica velha escola, o drill é um estilo mais moderno de beat, me desafiou a fazer um flow bem progressivo, o rimo e poesia na essência. Estou nessa fase de lembrar da minha caminhada, mas de uma forma saudável. Foi bom de tirar do peito. Ele retrata essa época de pouco recurso e muita sede de fazer acontecer. O Arma-Zen faz parte da minha identidade artística, carrego a parada comigo, vou sempre fazer rap, mas optei por não estar junto nessa nova jornada.
Fodaaa esse mano acompanho ele a muito tempo mesmo tem uma levada diferenciada parabéns meu mano máximo Respeito
Coisa linda, mano Ca-zlu! Flow tá sinistro, a parceria com o Caime foi genial! Esse som toca toda semana nos fones. Vida longa ao rap nas nossas vidas!