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“Re-trato”, primeiro álbum do cantor, compositor e multi-instrumentista Cauê Simões, 26, de Tijucas, foi construído durante três anos e traz músicas criadas desde 2015, quando o artista se mudou para Florianópolis. A produção do trabalho, publicado nas plataformas digitais no dia 6 de dezembro de 2022, aconteceu em duas etapas. As baterias foram gravadas em dezembro de 2019 na casa de sua avó, na sua terra natal, no mesmo quarto em que aprendeu a tocar ainda criança; os vocais, as guitarras, os baixos, violões e elementos de percussão foram captados em estúdio na Capital durante 2020. O ano seguinte foi o momento de contemplar o nascimento da sua filha Jazmin, fazendo com que Simões retomasse o projeto em 2022. “Re-trato” recebeu sopros (flauta e sax tenor), além de nova mixagem, assinada pelo próprio músico, e masterização de Leonardo Baldissera (Monumento Invisível).
Dotado de uma sonoridade crua e experimental, o álbum tem o rock como base, trazendo influências absorvidas em momentos distintos pelo músico, como Nirvana, Boogarins e Terno Rei, mas também bebe da música brasileira, especialmente Chico Buarque. Cauê Simões trocou a bateria pelo violão no ensino médio, época em que começou a escrever as suas primeiras letras. Em contato com o Rifferama, o artista contou que o principal desafio foi fazer as guitarras do disco, já que nunca foi o seu instrumento principal. E foi aí que entrou mais uma grande referência para o trabalho: Jimi Hendrix. Depois do lançamento de “Re-trato”, Cauê se apresentou com banda no 11º Festival da Canção de Balneário Camboriú e agora quer aparecer mais na cena independente de Santa Catarina — neste ano o cantor e compositor deve divulgar pelo menos dois singles.
— Sempre tive um interesse muito grande em literatura, escreve letra. Me vejo mais como compositor/letrista do que propriamente um músico. Eu sempre toquei mais violão, mas queria que “Re-trato” tivesse o som da guitarra e ouvi muito o primeiro álbum do Jimi Hendrix para ter como inspiração para o timbre. Eu tenho músicas para um próximo álbum e quero estar mais presente na cena, fazer as pessoas me conhecerem. Sempre fui muito escondido, com medo de rejeição. Esse disco também é uma quebra de barreira emocional, concluir um processo longo às vezes é difícil, e tenho muito orgulho dele. “Fantasia” é a mais antiga do repertório, composta em 2015. O “Re-trato” é conseguir ver de outra forma, os múltiplos sentidos, os retratos dos momentos, mas também de ressignificar a música para o tempo presente.
Foto: Duda Marcelino