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Eduardo Possa (guitarra) e Jean Vicentini (baixo) se conhecem desde crianças e estudaram a vida inteira juntos. Mesmo quando se separaram geograficamente, com um morando em Porto Alegre e o outro em Florianópolis, continuaram participando das mesmas bandas: gravaram e fizeram shows com Irmão Victor e Exclusive os Cabides, já com os dois radicados na Ilha. O curioso dessa relação é que eles sempre se encontraram musicalmente em projetos de terceiros, nunca juntos. A coentro surgiu para dar vida a aquele sonho antigo (e compartilhado) de ter uma banda. Bruno Abatti (bateria) chegou para somar na ideia de fazer um som instrumental livre de rótulos, que resultou no EP “Tudo aquilo que poderia ter sido e que foi desde o começo”. O material, que foi lançado em 27 de setembro, será executado ao vivo nesta sexta-feira (11), na edição d’O Pássaro Vermelho Jazz, no Porongo. O show terá a participação da pianista Ana Nasario (ex-Exclusive), que chegou a integrar o grupo e gravou o EP.
Misturando referências diversas, do jazz ao hip hop, passando pela música brasileira, a coentro recorre ao uso de beats e samples para incrementar a sonoridade imagética que obteve com “Tudo aquilo que poderia ter sido e que foi desde o começo”. Para além do som que a banda faz, existe uma estética visual inspirada em Florianópolis. O trio utiliza projeções analógicas para criar uma fusão entre música e imagem, provocando e também relembrando aspectos marcantes da cidade. O EP, composto de forma colaborativa a partir de um documento em que os integrantes escreviam poemas, ideias, roteiros e conceitos, traz três faixas e quatro interlúdios, fazendo com que a audição tenha começo, meio e fim, e remeta à “sensação de vai-e-vem inescapável da vida ilhéu — o mar”. Em contato com o Rifferama, o baixista Jean Vicentini afirmou que “Tudo aquilo que poderia ter sido e que foi desde o começo” é uma apreciação particular de cada membro sobre a Ilha e também uma perspectiva artística compartilhada.
— Moro aqui há 11 anos. Minha vida inteira adulta e consciente é nesse lugar. A coentro é uma ideia sobre pensar de maneira orgânica, apontar para algo que é nascido, colhido e sobretudo plantado. O Eduardo e eu sempre passamos por vários projetos juntos e pela primeira vez temos composições exclusivamente nossas. A produção desse EP surgiu desse “encoentro” na casa do Bruno, na parte de cima, era uma coisa bem livre, quase uma jam contínua. O som casou muito. O jeito que o Bruno toca é desafiador, a Ana também, é uma pianista fera, a gente tinha um estilo mais reto, mais rock, uma coisa mais psicodélica, não era tanto jazzístico, hip hop ou samba. Foi um momento de adaptação, depois a gente sentou e gravou essas ideias, instrumento por instrumento. Esperamos poder semear, essa é a ideia, mais disso do que a gente se propõe na Ilha, essa ideia de estética que a gente chama, mostrar algum tipo de pertencimento e valorização da cultural local, dos músicos, das pessoas.