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Cruciate faz death metal old school contra todos os “ismos”

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Santa Catarina sempre teve uma cena forte no metal extremo, mas recentemente uma nova leva de bandas de death metal vem surgindo inspirada na sonoridade raiz do gênero. A Cruciate é um desses exemplos e se destaca, também, por ter duas mulheres na formação, algo incomum nessa vertente. Após algumas divergências sobre estética e trocas de integrantes, o grupo se estabilizou com o quarteto Lakshmi Bittencourt (voz), Rubia Domeciano (baixo), Renan Uller (bateria) e Rodrigo Furstenau (guitarra), time que gravou o primeiro registro, “Cruciate Ligament of Atlas”, divulgado em 4 de agosto nas plataformas digitais. O material traz duas faixas, incluindo “Smell of Decay”, que tem um videoclipe dirigido por Rodrigo Scholze. As faixas foram captadas por Leonardo Daniel Baldissera Souza e a mixagem e masterização ficaram a cargo do baterista Renan Uller.

Com uma sonoridade que tem como base old school, a Cruciate ainda apresenta referências de outros subgêneros como slam death metal e goregrind, citando como influências bandas como Dismember, Convulse, Carcass, entre outras. Além de se posicionar como antifascista, o grupo tem de lidar com o machismo na cena. “Quando é um homem no palco normalmente não se tem dúvida. Agora quando se fala em mulher no death metal sempre existe isso de “vamos ver se é bom mesmo”. Nós sofremos muito preconceito”, contou a baixista. Com menos de oito meses de estrada, a Cruciate vem tocando bastante ao vivo, participando de eventos tradicionais no estado como Otacílio Rock Festival e Bob Rock Festival e recebendo convites até para fazer shows fora do país. Atualmente, a banda está gravando mais uma música e renovando o repertório. Em contato com o Rifferama, Rubia Domeciano falou sobre como é ser mulher nesse meio e a trajetória da banda até “Cruciate Ligament of Atlas”.

Ser mulher e estar nesse meio sempre foi uma vontade que eu tive. Olhava algumas figuras dos anos 80 tocando e achava aquilo genial, me sinto muito satisfeita de poder vivenciar isso e as mulheres estarem mais ativas na cena, mas muitas desistem pelo preconceito, quando acontece uma crítica. Eu mesma não sabia nada quando comecei e fui aprendendo e estou tocando. Se você tem vontade de tocar, faça. As primeiras músicas fizemos com outro guitarrista, a Laks saiu e seguimos em trio, depois ele saiu e ela quis voltar. A gente gostava muito do que ela fazia e tocamos com guitarristas substitutos para cumprir a turnê de abril. O Guilherme (Sepülcro) seria fixo, mas ele tinha a banda dele também e não deu de conciliar. Hoje estamos com o Rodrigo e gravamos os sons com ele. Estamos com cinco músicas, pois tiramos três do repertório antigo que não combinavam mais com a vibe da banda. Para o ano que vem queremos lançar um álbum. Tem bastante coisa acontecendo agora com essa formação, shows fora do estado, esperamos que vá para frente.


Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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