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Dante De Niro tem nome artístico curioso e talento inegável

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Acredite se quiser, o cantor e compositor Caio Minelli Borges quase se chamou Robert De Niro, mas os pais do músico pensaram bem antes de fazer o registro e decidiram homenagear um pastor em vez do astro norte-americano. O seu pseudônimo artístico mistura o nome que quase teve com o que gostaria de ter quando criança (e até pediu para a mãe se podia trocar, sem sucesso) — Dante é um personagem da série de jogos Devil May Cry. Dante De Niro começou a criar beats pelo computador quando tinha entre 15 e 16 anos, e divulgou a sua primeira canção em 2021. Depois de “Quem será?”, o artista lançou mais uma faixa antes de apresentar o EP de estreia, “Lager Des Grauens”, ambos em 2022. A inspiração para compor veio da amizade com os integrantes da Exclusive Cabides e também das suas principais referências. “Nessa época comecei a escutar artistas que não são necessariamente excepcionais cantores, como Alex G, Elliott Smith, Neil Young, Daniel Johnston, e senti que poderia fazer isso. Também vi meus amigos fazendo isso e desde então comecei a fazer as minhas próprias músicas”, afirmou.

O primeiro EP foi inteiramente gravado e produzido pelo próprio artista e traz uma estética lofi, bastante influenciada por Daniel Johnston. A sonoridade segue a linha do indie, mas também tem toques de pós-punk, eletrônico e folk. O álbum “Toda essa gente e lugar”, publicado em outubro do ano passado, soa mais limpo e maduro, mas ainda melancólico, e conta com a produção do engenheiro de som Antônio Mathias. Dessa vez, o repertório é menos variado, com uma parte mais roqueira e outra embalada pelo violão. Além de trabalhar na construção do próximo disco, que será mais folk, o cantor e compositor também atua na banda Gol de Goleiro, que tem integrantes de grupos como Exclusive os Cabides, coentro e Verde Menta na formação, e deve lançar material nas plataformas digitais ainda neste ano. Em contato com o Rifferama, Dante De Niro, que é natural de Florianópolis, falou sobre “Toda essa gente e lugar” e da influência da família e da igreja na sua música.

— Minha mãe sempre tocou violão, meu avô foi maestro da igreja, foi bom ter essa base familiar que me influenciou na forma como construo melodias. Esses dias percebi que escrevi uma música com os mesmos acordes de uma música que eu ouvia quando criança na igreja. Na época do EP entendia um pouco de produção e consegui trazer a cara que eu queria para as músicas, no fim achei mais legal do que se fosse totalmente produzido. Nesse álbum quis trazer uma imagem mais limpa, sinto que fez parte do meu amadurecimento, e também de poder trabalhar com um produtor. O método de gravação foi o mesmo, ambos foram gravados em casa, um instrumento de cada vez, escrevo e toco tudo sozinho. Nesse álbum teve a participação da Julles, uma artista de Recife (PE), mandei a guia para ela e recebi de volta com as faixas que ela mandou. De resto foi tudo em casa mesmo. Meu segundo álbum será um pouco mais folk do que rock, bem inspirado em Neil Young e Elliott Smith, que sempre é uma inspiração. Ainda não tem nome nem capa, mas está tomando forma.

Foto: Arthur Ern

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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