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*por Diego Stecanela
Sim, “Auro”, o primeiro disco da Saturno Alice, é essa viagem toda. E eu não sei se é o som ou se é a brisa, mas bateu uma loucura aqui. Bom, a janela tá fechada. É o som, só pode ser o som. Sabe quando tu dá aquela chapada, quando fica doidão mesmo? Lembra dessas? De quando nem existia Covid e tu saía doidão pra curtir um rock ‘n’ roll? Então, te prepara! O álbum da Saturno Alice vai te transportar pra lá. E vai ser agora.
Eu coloquei o fone, dei o play e comecei a viajar. Que disco porrada! E pra ouvir alto. Em época de quarentena vale som alto? Às vezes vale. Tem um sonzão aí? Bota lá. Agora, se você é mais um, assim como eu, empilhado num edifício, faça como eu: coloque um bom fone. Mas aumenta o volume. É pra ouvir alto, entendeu? Tem detalhes demais nesse disco, portanto, ouça alto!
É na vibe de um Led, só que mais piradão, saca? E, assim, também não parece Led. Tem muito dos anos 70, mas tem algo meio psycho de outras épocas. Os timbres meio fora do comum… não dá pra negar que o som é ousado. A primeira música “Europa” já vem com uma guitarra “estaladaça” (existe esse termo? Não sei, foda-se), que depois fica cheia de tremolo, atochado mesmo, já no começo, na tua cara, que é pra acordar! Repito: ouve alto essa porra!
O grave do baixo é grave pra caralho. Pesado. Tem um quê de Chris Squire ali. Mas com veneno. E peso. Muito peso. Eita timbre pesado da porra o desse baixo! E o timbre de caixa, da batera, rapazes? Voltamos pros anos 70! Aí abre voz, várias camadas, várias texturas de som, reverb, delay… Meu amigo, esse álbum tá bem mixado pra caralho! E bem executado também. Mas vou parar por aqui, porque não quero o puxar saco, não.
Falando sério, fazia tempo que eu não ouvia um álbum de rock até o fim. Tenho visto muita novidade no rap, na MPB, no samba. Mas fazia tempo que não me animava com uma banda de rock nova. Que grata surpresa o álbum “Auro” da Saturno Alice! Sucesso, rapaziada, o som é bom demais. E que legal saber que é de Santa Catarina!
*Diego Stecanela é músico e produtor de eventos. É tecladista dos Outros Bárbaros e já tocou em tantas bandas e tributos que já perdeu as contas. Ouve absolutamente todo o tipo de música e acredita que música boa é música sincera, feita com a alma.