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O EP “Palavras em um mundo sem voz”, da Deleste, de Penha, resgata as raízes no rock de Kinho Hinorato. A rebeldia punk está representada no discurso das quatro canções do registro, lançado nas plataformas digitais no dia 30 de maio, com direito a um audiovisual para a faixa “Castelos”, com imagens de José Carlos Chiecchi Netto e participação do ator Lucas Davi. A conexão com o passado roqueiro de Hinorato não está representada apenas no peso: as músicas foram gravadas no estúdio Silver Tape, em Balneário Camboriú, por Gabriel Reinert, parceiro em outros trabalhos do artista, que apresentou o seu último álbum solo em 2015 — “Asas de sonhador”. Essa nova fase da banda, que modificou a grafia do nome e a logo para simbolizar a mudança de sonoridade, estabeleceu a formação com Kinho Hinorato (vocal) e guitarra, Wagner da Garage (guitarra e voz), Fabio Schurt (baixo) e Killian Soares (bateria).
Kinho Hinorato teve a sua primeira banda em 1994, em Blumenau, onde cresceu (o artista é natural de Rio dos Cedros). Como guitarrista da Cancro Mole, o músico gravou uma demo e fez shows ao lado de grandes nomes do punk/hardcore como Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. “Eu vivi muita coisa com o rock, é o que marcou a minha vida”, contou. A vida adulta o trouxe a profissão de tatuador e o levou para Penha, onde começou a surfar com os amigos, e o esporte acabou influenciando a sua música. “Palavras em um mundo sem voz” é uma volta às raízes considerando os primeiros singles da Deleste, “Suave natureza” e “Sou de Santa”, ambos divulgados no ano passado, com uma sonoridade mais leve, que remete à praia. Essa transição foi rápida e veio da necessidade que o cantor e compositor estava sentindo de passar outras mensagens que não combinavam com o estilo de música que vinha fazendo. Em contato com o Rifferama, Kinho Hinorato falou sobre esse novo momento para a Deleste.
— A gente pode sair da música, mas a música nunca sai da gente. Vim morar no Litoral e comecei a fazer um som mais praia, como diversão mesmo, conheci o Armandinho e fui entrando nesse mundo. Voltei a fazer um som com amigos daqui que nem eram músicos, a gente viajava para pegar onda e começou a sair uma música aqui e ali e resolvemos gravar, já com a Deleste. Eu não estava contente de fazer esse tipo de som, principalmente depois da pandemia. Sinto que tenho uma mensagem para levar e queria fazer o som que é a minha escola, mas não quis me ausentar do nome que eu batizei, optei em juntar tudo (se escrevia De Leste antes) e inverter o E, que pra mim representa voltar, andar na contramão. Estamos bem consolidados, a galera está com o mesmo foco, atemos mais 12 músicas prontas para gravar, tenho muito o que falar ainda.