O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Bro Cave Pub, Lord Whisky Distillery e Biguanet Informática
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
“Telecorsa”, primeiro álbum do cantor e compositor Edwin de Paula, é um trabalho que passa a limpo a vida do artista de 28 anos, da infância criado em uma família mórmon (o uniforme entrega) até as experiências da pandemia: algumas canções têm dez anos e foram escritas na época em que morava em Itapoá, norte do estado. Nascido em Florianópolis, Edwin viveu em diversas cidades até se estabelecer em Joinville, onde atuou também como professor de inglês. Edwin estreou na música em 2019, com o EP “Orbis”, mas já vinha arquitetando em paralelo “Telecorsa”, que levou quatro anos para ser finalizado e conta com a produção adicional de Gian Lucca Faedo em “Manifesto” e “Falando com surdos!” e Gaaaael em “Sinceridade no. 3” e “Se você quiser” (coprodução).
O álbum é uma homenagem de Edwin de Paula à MPB, ainda que a sonoridade de “Telecorsa” seja pautada fortemente no pop, com bases eletrônicas e influências de outros estilos como jazz, folk e rock. Um disco de contrastes, como afirmou o artista em contato com o Rifferama. As referências à música popular brasileira não estão apenas na estética ou no instrumental, mas também nas letras, a exemplo de “Teorema”, que tem todas as frases terminadas em palavras proparoxítonas, como Chico Buarque fez em “Construção”. A MPB feita pelo cantor e compositor catarinense é reinterpretada à sua maneira. “Ele (o álbum) viaja por vários gêneros, mas na minha cabeça é tudo MPB. É uma forma de reinterpretar a MPB sob vários prismas”, explica Edwin, que falou mais sobre o conceito por trás de “Telecorsa”.
— Tanto o pop quanto a questão do Brasil são diferentes camadas. É um álbum bem denso, levei muito tempo produzindo ele. Tem muita homenagem ao passado na poesia do disco e até mesmo nas canções mais pop eu tento trazer esse universo da MPB nas letras ou na forma como a canção se estrutura. Eu tentei manter uma coesão nos timbres de guitarra, de sintetizador, tem bastante efeito, um dos pensamentos que tinha com “Telecorsa” era essa questão dos contrastes. Dá pra perceber a diferença entre as músicas que escrevi em Itapoá e Joinville, são letras mais densas. Nasci numa família mórmon, por isso que usei a roupa social durante toda a divulgação. Tudo tem um significado. Também fui muito influenciado pelas experiências da pandemia. Esse álbum resgata a minha história desde a infância até agora.
Foto: Utopic Analogic