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Em múltiplas frentes, Léo Marelua volta ao passado em single

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Desde o lançamento de “Formas coloridas”, em agosto de 2023, a Marelua já divulgou dez singles de um repertório de 25 músicas que estavam engavetadas desde 2013, quando a banda gravou um disco em São Paulo. A reformulação do grupo foi um incentivo para que o cantor e compositor Léo Marelua retomasse o seu trabalho solo: foram cinco faixas apresentadas neste período, algumas delas dessa safra mais antiga — o artista tem um álbum de 2014, “Samba quente”. “Miltons de Vera”, que saiu na última sexta-feira (20) nas plataformas digitais, é especial. A canção, que tem participação de Trovão Rocha e François Muleka, traz esse ingrediente pessoal de uma relação construída há muitos anos, já que o baixista tocou e está de volta à Marelua, e Léo e Muleka foram sócios na produtora Janela Cultural, que contava ainda com as bandas Sociedade Soul e Caraudácia.

Além de se conectar com o passado dos artistas envolvidos, “Miltons de Vera” apresenta uma sonoridade diferente de que Léo Marelua faz nos seus trabalhos, tanto com a banda, quanto solo. Em vez do samba-rock de costume, a faixa, que foi gravada no Bárbaro Estúdio, com produção de João Luiz Fabro (Jack District), seu sócio no selo Mané Records, tem uma estética psicodélica guiada pelo baixo característico de Trovão Rocha e um dueto de primeira grandeza. “Foi legal resgatar essa coisa do Trovão atrelado ao François, que é um artista diferenciado, chegou no estúdio e gravou de primeira, fez um take maravilhoso, com toda essa interpretação profunda. Ele mergulha na música. Eu queria muito que essa música tivesse essa linguagem do Trovão. A gente já fez muitas coisas juntos, mas ainda não tínhamos um fonograma nosso, então é uma realização bacana nesse aspecto“, afirmou. Em contato com o Rifferama, Léo Marelua falou sobre essa fase produtiva, que deve se desdobrar para os seus outros projetos.

— A Marelua seguiu acontecendo de uma forma paralela comigo me entendendo como artista mais múltiplo e como produtor musical, comecei a me sentir mais livre, construímos a Harmoníaco (banda de rock) e na sequência fizemos o Semserteza e eu passei a produzir outros artistas. Com esse retorno da Marelua, eu dei movimento com tudo isso, fizemos um selo onde a gente consegue agora desaguar os nossos trabalhos. Vamos lançar um álbum inteiro da Marelua, consegui reativar o projeto como Dé (André Stahnke, Semserteza), estamos produzindo um álbum no nosso ritmo, também estamos produzindo com a Harmoníaco. Quero terminar até o fim do ano o meu álbum solo, que é outra via. Não é o balanço, não é o rock, não são as baladas do Semserteza, é um outro lugar, onde talvez misture um pouco de tudo. “Miltons de Vera” fugiu um pouco da minha forma de tocar e trouxe um novo universo. 

Foto: Tamara Martins

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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