soulcream-rifferama

Em transitoriedade, Soul Cream prepara EP todo em português

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini KalzoneCamerata FlorianópolisBiguanet InformáticaTUM Festival e Desterro Autoral


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

“Mar frio” (19 de junho) é o primeiro single da Soul Cream em português. Olhando o fato isolado não parece grande coisa, mas, se considerar o histórico da banda de Palhoça, a faixa representa um novo direcionamento para além da questão do idioma. Dierre Pichorz (voz e guitarra), Jorge Kloppel (baixo) e Oliver Silvestre (bateria) começaram gravando versões de grupos como Black Sabbath, Arctic Monkeys, Mutantes, entre outros, e lançaram “Samsara”, em 2023, com cinco canções em inglês. No mesmo ano, o trio divulgou uma live session com repertório inédito, incluindo “Eu placebo”, que sai em julho, e “Paraquedas”, fechando o segundo EP, ainda sem nome. A mistura de groove com rock and roll permanece, mas de outra forma. “Sempre vai ter esse apelo, mas a intenção é que esses elementos de rock sejam características, mas que não definam a gente como uma banda de rock. “Mar frio” consolida a nossa estética, dessa coisa meio sincopada, mas tentando ser harmônico e manter um groove”, comentou o vocalista.

Depois do Aracuã Festival (saiba mais), que acontece no dia 9 de agosto, na Praça do Espelho D’Água (Passeio Pedra Branca), evento em que a banda está envolvida na organização, e do lançamento do EP nas plataformas digitais, e, setembro, a Soul Cream deve fazer uma pausa para registrar o primeiro álbum e fazer as atualizações necessárias, de processos, de estética e quem sabe até uma troca de nome, quem sabe, em virtude dessa mudança para o português. “A banda está em transitoriedade o tempo inteiro e todo trabalho que a gente está gravando é coisa velha. Isso é algo que queremos pensar um pouco daqui para frente. Depois que fechar o ano a gente vai se internar no estúdio, montar um disco e só botar a cara de novo quando tiver algo pronto, tudo em português”, informou. Em contato com o Rifferama, Dierre Pichroz falou sobre as novas músicas e o estado das coisas na Soul Cream.

— “Mar frio” foi escolhida por ser a mais desconhecida, ninguém tinha ouvido ela ainda e tem uma tônica diferente em termo de letra. É uma coisa individual, dessa relação com o mar. Eu sou um cara do interior (nasceu no Paraná), tinha essa coisa especial de descer a Serra e ver o mar pela primeira vez, hoje tenho uma relação poderosa, de respeito muito forte com o mar. As outras são mais politizadas, com algumas reflexões sobre local e social. De alguma forma essas músicas já estavam presentes, “Eu placebo” e “Paraquedas”, agora elas são versões completas, como devem ser. Temos muito essa sensação de que o espírito da banda está no gravado e não no ao vivo. É uma das coisas que estamos pensando também, a respeito de formação, essa coisa de entregar ao vivo o mais próximo possível do que a música é e não adaptar o formato pela necessidade de se apresentar. 

Foto: Danilo Garcia

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *