O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Habrok Music, Mini Kalzone e Orquestra de Baterias
“LaMachi”, primeiro EP solo da cantora e compositora Emília Carmona, é um trabalho particular, expressão que serve para descrever algo único, mas também íntimo. E as três músicas revelam demais: a artista de Florianópolis aborda temas como a saudade de amor, os enfrentamentos maternos e a solidão, e exalta o seu sangue latino (é filha de pai peruano e mãe brasileira), seja na sonoridade ou nos versos em espanhol de “Encantaria”, faixa que encerra o EP. “LaMachi” foi lançado no dia 22 de outubro e tem produção de Mateus Romero e mixagem e masterização de Francis Pedemonte.
Uma das vozes mais conhecidas da Ilha, Emília foi vocalista da Mary Black no começo dos anos 2000, gravou com o Tjiquera e recentemente participou do álbum do grupo Carolino, além de integrar a Los Desterros, projeto onde se aproximou das suas raízes latinas. “Machi”, título de xamã na cultura Mapuche (Chile), foi escolhido para nomear o EP por trazer esse significado da força feminina presente nas canções, que ganharam as participações de Daniel Postal na guitarra em “Dengo” e “Encantaria”, e Nicolas Salazar no naipe de sopros e no solo de saxofone em “Dengo”.
— Por meio da música e da dança estive em contato com mulheres que, como minha família paterna, são latinas e estrangeiras quase estranhas aos olhos brasileiros. Isso foi uma grande transformação na forma como me vejo. Passei a perceber feridas familiares e históricas destas mulheres, a reconhecer e aceitar meus traços mais indígenas, a assimilar o espanhol como um idioma que podia me pertencer, entre tantas outras clarezas vindas destes contatos. Uma destas mulheres me presenteou com um anel mapuche com a figura de uma Machi talhada. Daí veio a ideia do nome deste EP que traz toda esta questão da retomada da minha autoestima e coragem.
Foto: Cleo Theodora
Coisa mais linda!!