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Enfim, brasileiro: Leo Dressel assume raízes na sua música

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Desde 2019 vivendo em Toronto, no Canadá, o compositor, guitarrista e produtor Leo Dressel, de Joinville, conheceu um sentimento que não tinha por aqui: o orgulho de ter nascido brasileiro. “Eu conheci muitos músicos talentosos e experientes e vi o quanto eles respeitavam a nossa música e às vezes sabiam mais do que eu mesmo. Quando estava no Brasil eu olhava para fora”, contou. A sensação de pertencimento que desenvolveu estudando Tom Jobim influenciou Dressel a fazer “Volume I”, EP em que emprega referências da bossa nova e assume a identificação com a obra de mestres como Moacir Santos, João Donato, Marcos Valle, Luiz Bonfá, entre outros. O material, inclusive, traz a primeira canção escrita em português pelo artista, que entre mudanças de estilos e pausas, lançou um EP em 2015 e um álbum em 2019 — esse último, “Borders”, está fora das plataformas. “É um ponto isolado. A ênfase dele era muito mais em produção, funcionou como uma experiência, mas não faz parte da trajetória”, explicou.

“Volume I” foi gravado por Leo Dressel (voz, piano, cordas, baixo, violão clássico e guitarra), Jeremy Ledbetter (piano em “Life”), Rob Christian (flauta e flautim) e Marito Marques (bateria) e será lançado por completo, com as seis faixas no dia 24 deste mês. O EP marca um momento especial na vida do artista, que visitou Santa Catarina no fim do ano passado pela primeira vez desde que tinha deixado o país. O músico aproveitou a ocasião e gravou e filmou no dia 3 de janeiro, no Elephant Office Studio, em Governador Celso Ramos, a versão acústica e solo do registro, batizada de “Volume I Versão Passarinho”, que traz, além do repertório do EP, canções de Tom Jobim, João Gilberto e Charlie Brown Jr. (isso mesmo). Junto desse trabalho deve sair um segundo EP com a mesma estética de “Volume I” , ambos em 2025. Em contato com o Rifferama, Dressel comentou sobre esse processo de descoberta da música brasileira e o quanto isso influenciou nos seus próximos lançamentos.

— Essas músicas foram resultado desse processo de identificação estética, de investigar outras coisas. Desde pequeno tive essa vontade de sair do Brasil, de escrever música em inglês, sem pensar na origem disso. É interessante esse fenômeno, de não querer ter a nacionalidade que você tem. Eu evitava falar português, hoje tenho um orgulho gigante de ser brasileiro aqui. Esse respeito e orgulho pela música brasileira me cativou muito e influenciou o meu processo criativo, a minha identidade como homem. Lancei uma música em português pela primeira vez na minha vida estando aqui no Canadá. As músicas que estão vindo agora, estão vindo em português, é um negócio meio surreal. Meu entendimento de música brasileira era muito superficial, não sabia ler música, hoje estou estudando arranjo e harmonia no geral, e cheguei em um nível de produção que estou satisfeito. Tenho o meu próprio estúdio, estou focando mais na parte da composição em si, nessa parte mais abstrata, que não tem a ver com a sonoridade. “Volume I” não é um EP de bossa nova, não fiz pensando dessa maneira, as músicas vieram e certas estéticas brasileiras dessa época vieram junto por esse amor por ser um músico brasileiro.



Ficha técnica

Músicos

Leo Dressel: Voz, piano (exceto em “Life”), cordas, contrabaixo, violão clássico, guitarra
Marito Marques: Bateria
Rob Christian: Flauta e flautim
Jeremy Ledbetter: Piano em “Life”

Equipe técnica

Leo Dressel: Produção, engenharia de gravação e mixagem
Marito Marques: Engenharia de gravação (Bateria)
Rob Christian: Engenharia de gravação (Flauta e flautim)
Ricardo Garcia: Masterização
Juliana Buzzone: Fotografia para capas de “Volume I” e “Light”
Leo Dressel: Fotografia para capas de “Life” e “Tudo aquilo”

Estúdios

Mirror Stage (Toronto, Canadá): Gravação e mixagem
GMP Studio (Toronto, Canadá): Gravação de bateria
RC Sound (Toronto, Canadá): Gravação de flauta e flautim
Magic Master (Rio de Janeiro, Brasil): Masterização

Foto: Kit & Lauryn

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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