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Entre o rock, o reggae e o hip hop, Felipey cria identidade

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O cantor e compositor Felipe da Costa Basso aprendeu a tocar violão e guitarra na adolescência, em Piracicaba (SP), teve banda de punk rock na terra natal, tocou samba-jazz e bossa nova em um grupo Alemanha durante um intercâmbio (é formado em Gestão Ambiental), mas só virou Felipey aqui em Santa Catarina. Em 2013, o artista veio numa kombi com a Elephant Club para o estado, onde circulou por algumas cidades, mas acabou retornando para a casa dos pais depois de um ano. Sem perspectiva, trabalhando em uma empresa de engenharia em São Paulo, o músico não sabia qual caminho seguir até que foi chamado para acompanhar Edu Ribeiro (aquele mesmo) ao vivo, experiência que despertou a vontade de ter o seu “patrimônio artístico”. Quando teve a chance de morar novamente por aqui, na Praia Brava, em Itajaí (hoje vive em Navegantes), Felipey não teve dúvidas e começou a desenvolver o seu projeto solo lançando cinco singles entre 2017 e 2019. 

Em 2021, o artista lançou o seu primeiro EP, ainda que não tenha sido apresentado no formato, as quatro faixas produzidas por Geum dialogam esteticamente, numa mistura que envolve três elementos: rock, hip hop e reggae. Dois anos depois, Felipey teve uma música produzida em São Paulo, no estúdio Midas — fazer “Pensamento” foi uma experiência única, mas é a canção que o cantor e compositor menos se identifica. “É a minha música que eu menos me enxergo, foi a que eu menos botei a mão. Não gravei o violão, não gravei o baixo, muitas partes foram eles que fizeram. Foi maneiro conhecer a estrutura dos caras, gravar lá”, contou. “Oh Baby (Seus Olhos)”, que saiu em 2024, com produção de Junior Marques, traz uma inclinação para o reggae, gênero que Felipey mergulhou de vez com o novo single, “Surf Love”, e as canções “Linhas no horizonte” e “Yin-Yang”. Em contato com o Rifferama, o artista falou sobre a sua sonoridade e da opção por trabalhar sozinho nesse último lançamento, padrão que deve adotar para os sons futuros.

— Eu tocava reggae (na noite), mas nenhuma música minha era muito reggae. “Fogos no céu” (2019, ouça) tem um viés, mas não muito. Entrei nesse ano produzindo “Linhas do horizonte” e “Yin-Yang” e outras que estão no pente, até por isso lancei um single duplo, dar vazão artística a essas músicas que já estou produzindo, tentando fazer essa mescla de reggae, rock e hip hop, três estilos que gosto muito e dá para fazer uma identidade singular misturando os três. Curtia muito rock, mas não me vejo muito no momento como artista solo em ser do rock. Quando era moleque gostava muito de rap, mas também não me sentia um cara de quebrada, hoje em dia é mais uma linguagem estética do que necessariamente crítica social. E curto muito reggae, tento fazer uma grande mescla disso daí. Essas duas faixas são as primeiras que produzi inteiramente, depois de ganhar confiança produzindo com o Geum, o Junior Marques e ver os processos rolando no Midas, ganhei um pouco mais de cancha para produzir eu mesmo.

Foto: Edu Simões

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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