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Desde a divulgação do primeiro single da Pentarradial, em 2017, muita coisa aconteceu. “Fora do ar”, composição de Israel Rodrigo (voz e guitarra) com Antonio Rossa, que também dirigiu o clipe da canção, um dos destaques daquele ano para o Rifferama, apresentou uma banda promissora que ficou pelo caminho. Como uma boa novela, a história do grupo teve reviravoltas, uma quebra de relação que era duradoura, recomeço e a expectativa por um final feliz, não sem novos desvios de rota. O EP “Sufocar não dá mais”, lançado em agosto nas plataformas digitais, é um exemplo desse movimento incerto que é ter uma banda. Após voltarem a trabalhar juntos, Israel Rodrigo e Jeffs Ventura (guitarra) escreveram muitas músicas e decidiram gravar um álbum. Fecharam uma formação com baixista e baterista, fizeram sessão de fotos, filmaram material audiovisual (assista “Não sou mais teu”) e, com o disco em mãos, são uma dupla mais uma vez.
Mas nem só de percalços se vive uma banda. Toda essa trajetória reforçou uma parceria que já dura 20 anos e vem de projetos diferentes. Israel Rodrigo e Jeffs Ventura trabalham bem juntos e chega a ser difícil pensar em um sem lembrar do outro. Para escolher o repertório do álbum, os artistas compuseram cerca de 20 canções e acordaram que todas elas seriam assinadas com o nome dos dois, independente de quem tivesse sido a ideia ou colaboração principais. “Senti que a gente começou a compor melhor. A música era nossa. Foi uma forma de quebrar uma coisa que atrapalhou a gente no passado. O ego não estava ali”, contou o guitarrista. Ainda sem saber se a Pentarradial terá novos músicos, Jeffs e Israel trabalham na divulgação do álbum, que está pronto. A banda deve lançar outro EP com mais cinco faixas e depois liberar o trabalho completo, com 12. Em contato com o Rifferama, Jeffs Ventura falou sobre a relação com o parceiro de composição e a sonoridade do disco, além do futuro do projeto.
— Trabalhar com o Rael ao mesmo tempo que tem atrito é bem fácil. A gente toca juntos há 20 anos e sempre teve facilidade para compor. Cada um sabe o que o outro tem de bom para agregar no som. Ele olha para a música bem comercialmente, nessa parada de abrir as vozes, e isso é ótimo, eu já sou mais lado B. A gente sempre gostou de banda que faz um monte de tipo de som, eu sempre tive preconceito com banda que tem uma vibe única. A gente não se prende e sempre foi assim, a gente aplicou isso na Pentarradial naturalmente. Eu sinto muito que tem músicas que lembram vários artistas, Strokes, Arctic Monkeys, Aerocirco, coisas que a gente gosta, mas também é muito nós. A gente sempre quer ter banda, mas não estava sendo fácil de ensaiar, tocar. Cada banda tem um jeito que funciona e a gente gosta de estar junto, compartilhar ideias, angústias. Se não for assim, vamos continuar (como uma dupla) assim. A banda é a gente.
Foto: Verônica Mackoviak
