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2021 foi um ano especial para Anis de Flor. A cantora e compositora abriu caminho para a sua carreira solo com o single “Crua”, gravou o álbum “Força e fé” com o Grupo IMANI, ambos presentes na lista dos melhores do ano passado do Rifferama, e aprovou o financiamento do seu primeiro EP por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Em “Fértil”, lançado na última sexta-feira (30) nas plataformas digitais, a artista repetiu a parceria com Dessa Ferreira (produção musical) e Marissol Mwaba (direção musical), projeto em que as três trabalharam juntas. Com cinco canções, o material foi editado pelo Lab Fantasma, selo do rapper Emicida, e traz as participações da própria Marissol, além de François Muleka, Sam Machado e Alegre Corrêa.
O repertório de “Fértil” está enraizado na música brasileira, com uma roupagem moderna e influências diversas, de Luedji Luna a Liniker, passando por Bob Marley, como na levada reggae de “Grande”, faixa que encerra o EP. Mas a grande virtude do lançamento mesmo está nas letras. A cantora e compositora aborda temáticas como fé na ancestralidade, presença, falta, denúncia, força e superação, mas sobretudo a invisibilidade e solidão da mulher negra nas relações em geral. Segundo Anis de Flor, os temas das canções convergem para essa busca interna por mecanismos de sobrevivência ao desafeto e passa uma mensagem importante às mulheres negras. “Não é preciso ser forte o tempo todo”, diz.
— Com “Fértil” eu aposto muito na força de expressão, na escolha de não mais calar e sim, dar voz a mim mesma, a minha jornada e aos lugares que muitas vezes me são negados. Em um dos estados em que a existência e relevância de pessoas, principalmente mulheres negras e indígenas, são constantemente silenciadas, ao falar de forma poética e sonora das dores e das profundas cicatrizes que o racismo infringe constantemente em pessoas não-brancas, as obras trazem à tona questões que foram cristalizadas estruturalmente e que tem urgência em serem abordadas. Eu sinto que tenho muitas coisas pra falar e acredito que iniciar esse processo falando de coisas que não são prazerosas pra mim pode me abrir portas e janelas pra falar também dos meus prazeres. Se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar de amor, e no meu contexto, principalmente, de autoamor, pode ser revolucionário.
Ficha técnica
Composições e arranjos: Anis de Flor
Produção musical: Dessa Ferreira
Direção musical: Marissol Mwaba
Participações especiais: Sam Machado, François Muleka, Alegre Corrêa e Marissol Mwaba
Pré-produção: Estúdio do Grillo
Captação e edição de vídeo: Willian Souza
Produção executiva: Emanueli Dalsasso
Assistência de produção: Camila Thomazini
Fotos: Matheus Trindade
Projeto gráfico: Leo Saconatto
Maquiagem: Isa Souza