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A saxofonista e compositora Gaia Wilmer (ao centro da foto) tem uma estrada considerável na música instrumental brasileira e no jazz contemporâneo. Em 2010, a artista deixou Florianópolis rumo ao Rio de Janeiro para se profissionalizar, montou um conjunto de choro (Tungo, com um disco lançado em 2014), morou nos Estados Unidos, onde se formou na tradicional Berklee e criou o primeiro grupo como solista e líder, um octeto com o qual gravou o álbum “Migrations”, que saiu em 2018. De volta ao Brasil um pouco antes da pandemia da COVID-19, e hoje vivendo em São Paulo, Gaia produziu mais um trabalho completo, “Nosso carnaval”, dessa vez com o seu sexteto, que inclui a flautista manezinha Maiara Moraes, além de Josué dos Santos (flauta e saxofones), Fábio Leal (guitarra), Fi Maróstica (baixo) e Cleber Almeida (bateria e percussão).
Nascida em Curitiba, a instrumentista veio para Santa Catarina com a família aos dez anos. Foi em Florianópolis que Gaia Wilmer começou a tocar e escrever, tendo estudado na Compasso Aberto Escola Livre de Música, com Wslley Risso, a própria Maiara, Marina Bastos, entre outros, sob a guiança da professora Silvia Beraldo, a quem a artista considera como uma segunda mãe. Entre São Paulo e os Estados Unidos, onde a artista pretende retornar para fazer um doutorado, Gaia tem vários projetos em andamento ou em vias de começarem: tem álbum com uma big band em homenagem a Egberto Gismonti, outro tributo, dessa vez a Caetano Veloso, com Jacques Morelenbaum, e um segundo trabalho com o sexteto. Em contato com o Rifferama, a musicista comentou sobre o repertório de “Nosso carnaval”.
— A minha escrita sempre teve relação com a música brasileira, com o jazz e algumas outras influências. De alguma maneira o octeto é um pouco mais jazzístico, mas nos Estados Unidos é visto como brasileiro, queria que tivesse um pouco mais de elementos de culturas tradicionais brasileiras, que sempre tive vontade de aprofundar na minha pesquisa. De ter improvisação, coisas abertas, livres, mas que tivesse um pouco mais de sabor brasileiro. A escolha dessas pessoas tem tudo a ver com o meio no qual eu vivo e com essa ideia de ser um pouco jazzístico e de ser bastante brasileiro. Essas pessoas que fazem essa música acontecer desse jeito. Vamos gravar um disco em dezembro, um repertório novo que fiz para esse grupo e tem bem essa cara de mistura de improvisação de jazz e de música bem brasileira.
Foto: Zé de Holanda