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A carreira de Geum como produtor começou pela necessidade de ser respeitado como artista. Após ser tratado com desdém na sua primeira experiência em estúdio, o cantor e compositor natural de Itajaí, mas criado em Balneário Camboriú, pegou o dinheiro que tinha disponível para a gravação e foi para o Paraguai comprar os equipamentos que precisava para começar a sua caminhada. Entre 2012 e 2014, ainda como Leandro G1, o músico fez dois álbuns e chamou a atenção para o seu trabalho de produção. Nos últimos anos, Geum se estabeleceu em projetos como Ruas Diferentes, Oito8, Sad Days, além da carreira solo e parcerias com outros artistas como Maloka Nunes, Lucca Poeta, Pablo Rodrigues, entre outros. Na última sexta-feira (17), o escreveu mais um capítulo da sua trajetória com o lançamento do EP “Piscina”, que representa uma guinada para o pop, se distanciando do rap dos seus registros anteriores.
“Piscina” recebeu esse nome devido a uma experiência pessoal de Geum. Entre janeiro e abril de 2023, o produtor trabalhou em São Paulo com Ivo Mozart (Pollo) e morou no apartamento da joinvilense NAAJA. Entre as sessões de estúdio, o cantor e compositor se refugiava na piscina do prédio, onde criou o instrumental do EP, que traz as participações de Pablo Rodrigues, Maloka Nunes e da própria NAAJA. E a piscina não inspirou apenas o título, mas também a sonoridade do material, que tem arranjos “flutuantes”. Apesar de ter divulgado outros materiais, como o EP “Minha vez”, em 2016, e diversos singles, o artista sente que agora chegou no nível que gostaria de apresentar ao público. Em contato com o Rifferama, Geum falou sobre o trauma que o fez montar o seu próprio estúdio, a evolução como produtor e estética de “Piscina”, seu lançamento mais relevante.
— Por eu estar iniciando, não conseguia cantar direito, não compunha tão bem, e fui tratado com desdém em um estúdio profissional. Nessa necessidade de ter o meu trabalho valorizado mesmo no nível que fosse, montei meu estúdio em casa e comecei a gravar as minhas coisas. Isso foi tomando uma proporção na cidade e a galera começou a produzir comigo. O meu segundo álbum, de 2014, já traz uma diferença de produção, de evolução de produção do primeiro. Dez anos depois consigo ver uma transformação gigante. Lancei alguns trabalhos nesse período, mas foram músicas que eu tinha engavetadas e fui agregando com vários outros artistas. Nunca parei de lançar, mas o “Piscina” é um disco que pensei estar chegando onde quero. Por ser produtor, de ter essa carga de estar entregando muita coisa, fico na pressão de fazer coisas que sejam relevantes. Senti que para divulgar uma coisa minha de novo, com meu nome como compositor e cantor, achei que ele veio mesmo nesse nível e trazendo toda essa nova estética, abordando muito o pop.
Foto: Heifara Nascimento