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Hardcore e luta de classes: All Systems Fall lança 1º álbum

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A All Systems Fall surgiu de um jeito curioso. Recém-chegado de Salvador, Gil Daltro deixou uma mensagem em um grupo de Facebook no começo de 2017 procurando músicos para formar uma banda de hardcore. Em meio a tantos comentários de projetos cover, o cantor e compositor conseguiu chamar a atenção de Francisco Junior (guitarra), Vicente Magalhães (baixo) e Daniel Barba (guitarra), todos morando há pouco tempo em Florianópolis. Com referências em comum e alinhados politicamente, o quarteto encontrou o baterista Jhonattan Medeiros e gravou o primeiro EP, “He Will Not Divide Us”, que saiu no ano seguinte. O repertório do álbum de estreia, “Start a Fire”, lançado em janeiro, já vinha sendo tocado desde aquela época nos shows — o grupo já dividiu o palco com nomes como Pense, Zander, Surra, Machete Bomb, entre outros. Com oito faixas, o material foi gravado pela própria banda, com exceção da bateria, captada por Alexei Leão no antigo AML Estúdio. A mixagem e masterização ficou a cargo de Jera Cravo.

Em paralelo à ASF, Gil Daltro vem atuando forte no rap e criou uma discografia de respeito: são três álbuns, sete EPs e dois singles divulgados a partir de 2018. Em 2022, houve uma troca na formação da banda, com a entrada de Nicholas di Lucia substituindo o antigo baixista, que se mudou para Curitiba. Atualmente, a distância entre os integrantes dificulta a sequência do trabalho, já que o vocalista está morando em Porto União, no Planalto Norte do estado, e um dos guitarristas está deixando o país para fazer doutorado na Europa, mas o objetivo é continuar compondo para registrar novas músicas quando o quinteto se reunir. Em contato com o Rifferama, Gil Daltro falou sobre a sonoridade atingida com “Start a Fire”, que remete às principais influências do grupo na linha de Comeback Kid, Have Heart e Colligere, e o discurso político que une a All Systems Fall.

— A sonoridade está bem próxima do que a gente queria atingir. Baixamos o tom com relação à demo, isso mudou o timbre, quisemos gravar, mixar e masterizar com um cara foda, deixar o som bem old school, com referências das bandas que são as nossas principais influências, de 1998 a 2005. A gente queria que muito que tivesse essa cara e ficamos bem satisfeitos com o resultado. Sobre a política, é parte da vida, eu sempre acabo politizando as minhas letras, não só a política das eleições, mas desde o que você decide comer, comprar, boicotar, frequentar, apoiar, tudo isso é política. Sempre foi uma temática importante pra mim, tinha uma ideia de que nem todo mundo precisava ter esse viés, mas algumas coisas não dá pra fechar, como racismo, fascismo, misoginia, aí acabou que meio que todo mundo na banda tinha a mesma visão de mundo, uns um pouco mais politizados, outros menos, mas todos localizados minimamente dentro do mesmo espectro político. Isso fluiu de maneira natural.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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