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ilyushin mistura shoegaze com metal e eletrônico em 1º álbum

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O multi-instrumentista e produtor Henrique Caramuru faz um som alternativo, que é rotulado como shoegaze, trazendo uma parede sonora, com camadas de efeitos, uma voz distante, quase ininteligível, guitarras melódicas e muita melancolia. Nessa mistura, o artista adicionou gritos desesperados e mais elementos de gêneros como o eletrônico e o metal, fazendo do seu álbum de estreia, “Um fim doloroso para uma memória em esquecimento”, lançado em abril nas plataformas digitais, um trabalho único. E o mais impressionante desse registro é que o músico de 16 anos fez tudo isso sozinho em casa, em Florianópolis. Natural de Rondônia, o jovem reúne influências de bandas novas como Sleep Token, Thornhill e Loathe, com nomes da cena brasileira de shoegaze como terraplana, e Deftones, certamente, para guiar a sonoridade do seu projeto, batizado de ilyushin.

Apaixonado por aviação desde pequeno, o jovem se inspirou na fabricante de aviões civis e militares da antiga União Soviética para dar nome a sua banda. No momento, a ilyushin não tem pretensão de fazer shows, o projeto é levado como hobby para fins de expressão e contribuir com a cena de shoegaze da região. O objetivo do artista é aprimorar o processo de gravação e também se desenvolver como instrumentista e cantor. Na próxima sexta-feira (23), data em que comemora 17 anos, a ilyushin divulga a versão deluxe do álbum “Um fim doloroso para uma memória em esquecimento”, com mais cinco faixas, incluindo versões com participações e novas músicas — “eu te odeio, shin”, foi o primeiro single apresentado dessa leva de inéditas. Em contato com o Rifferama, Henrique Caramuru falou sobre a sonoridade original do projeto, que ainda traz referências de post-punk, noise, dream pop e outros estilos.

— Esse projeto existe desde 2022 quando lancei um EP de quatro músicas, no ano seguinte fiz uma coisa ou outra, mas nada muito consistente. No final de 2023 acabei escrevendo “Seu olhar”, que se destacou do resto do trampo e pensei que seria uma oportunidade de reiniciar o projeto, então comecei a trabalhar no álbum. Minha música é um reflexo da minha vida e eu ri muito quando tomei a decisão de fechar o álbum com uma música pesada daquelas (“Ataraxia”). Acho que foi uma decisão boa porque são os mesmos sentimentos, a mesma estética, a mesma história sendo contada, mas com uma intensidade e perspectiva diferentes. Se no começo do álbum as músicas têm um tom meio agridoce, inseguro, mas talvez um pouco otimista, no final aquela música representou uma certa vulnerabilidade, como se os filtros tivessem sido removidos. Eu sempre ouvi muito Bring Me the Horizon, eles tiveram várias fases, do deathcore até o pop, às vezes misturando os dois na mesma música, então eu gosto de brincar com extremos, contraste. 

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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