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O cantor e compositor Charlston Humberto de Souza, de São José, milita no reggae há mais de 20 anos. A diferença é que o artista não reproduz o ritmo jamaicano nas suas canções. A influência de Bob Marley é presente e guia a sua arte, mas a música que Jezux Raggaman produz caminha pelo dancehall, uma derivação do ritmo caribenho, além de outros gêneros, como o rap e a cultura hip hop em geral, punk rock e funk metal, seja musicalmente ou na parte lírica, com letras politizadas, que abordam temas sociais. Esse universo sonoro tão próprio e os textos cheios de positividade com contundência embalam “Sempre em movimento”, segundo álbum de Raggaman, que saiu em novembro nas plataformas digitais. Um videoclipe para “Meta versos” será lançado no dia 14 de março, com direito a show gratuito no Theatro Adolpho Mello.
No último álbum, Jezux Raggaman repetiu a parceria com Cléo Borges (Iriê), que também produziu o seu trabalho de estreia, “Da raiz ao solo”, o artista, inclusive foi o primeiro a gravar no Mangue Mix Estúdio, com a faixa “Seja guerreiro”, que foi reformulada para entrar no disco lançado em 2016. “Sempre em movimento” traz músicas que já tinham saído como singles ou clipes no Youtube como “A fé que emerge”, “Ergue a cabeça”, “Essência na arte” e “Meu elixir”, com participações de Simone Alves (Mone Soul), DJ Monkey, Qback e Negro Rudhy, respectivamente. No momento de pensar o álbum com Borges, Raggaman percebeu que as canções conversavam entre si e reuniu o repertório apresentado, que traz uma versão mais madura da sua arte, com outras referências, de música brasileira, sem perder a busca pelo conhecimento e o espírito revolucionário.
— Musicalmente falando, reggae é a fonte principal, mas não paro de escutar os regueiros do new roots, todos politizados e espiritualizados. É isso que procuro trabalhar nas minhas letras, a positividade com a contundência, esse lance de estar se descobrindo sempre, buscando evolução, mas tocando na ferida do sistema ao redor. Não consigo me enxergar sem compor, sem os desafios do estúdio, os novos formatos, me superar, me redescobrindo, evoluindo como pessoa, sempre com a arte. Nesse disco começamos produzindo os singles, mas a gente por vir da geração encarte, esse amor pelos álbuns, nada melhor do que valorizar o trabalho, mesmo a era digital pedindo pelos singles, resolvemos lançar o álbum. “Sempre em movimento” vem com um amadurecimento das composições, do próprio produtor, tem mais componentes de música brasileira, novas experiências, a ideia é continuar trabalhando dessa forma.
Foto: Mathias Luz