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Joana Rossi Germiniani viveu até os 17 anos em Ibiaçá (RS), um município com menos de cinco mil habitantes. A artista, que assina como Joana Gaia, foi cursar Medicina em Santa Maria. Nos anos de universidade, a cantora, compositora e percussionista participou de um coletivo que gerou um grupo e fez as suas primeiras gravações como intérprete e também autora. Em 2022, a vontade de morar perto do mar trouxe Joana para a região de Itajaí, onde entrou para o Conservatório de Música Popular Carlinhos Niehues e começou a se integrar com o cenário local, conhecendo dois parceiros fundamentais na sequência da sua trajetória artística: o violonista Ney Souza Neto e o seu companheiro e também percussionista Jean Boca. Ao lado dessa dupla, Joana Gaia estreou o seu trabalho solo com o álbum conceitual “Água Brasileira: Cantos de Mar e Rio”, lançado no dia 3 de outubro nas plataformas digitais. O projeto tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú.
O disco traz seis composições de Joana, com arranjos assinados por Ney Souza Neto e Jean Boca, mais quatro interlúdios, e mistura ritmos brasileiros como carimbó, baião, jongo e samba. Esse registro foi gravado no estúdio Giant Steps, com produção musical de Juan Manuel Perez. Além do trio, “Água Brasileira: Cantos de Mar e Rio” conta com as participações de Larissa Ivana Silva Lima (voz), Marcos Renato da Silva (percussão), Evandro Hasse (flauta), Áurea Lourenço dos Santos (narração) e Rafael Petry (acordeon). A temática do repertório dialoga com a cultura popular brasileira e traz histórias do litoral, da pesca artesanal, da memória indígena e do cotidiano das comunidades tradicionais. Mas o assunto central do álbum, como o título sugere, tem como objetivo alertar sobre a necessidade de cuidar da água. Em contato com o Rifferama, Joana Gaia falou sobre a produção e o conceito do seu primeiro trabalho solo.
— Sempre tive um atravessamento com o canto, a composição e a água. Era uma matéria que vinha, como se eu tivesse que falar daquilo. Estar em contato com a água é algo que me nutre e isso pode ser entendido espiritualmente, fisiologicamente… é um contato que eu cultivo. Sempre tive essa relação de observar ela no ambiente e quando vim morar pra cá, começou a me chamar a atenção a má gestão desses recursos hídricos e a forma como as pessoas se relacionavam com a água. Lembro de ficar surpresa que as pessoas não prestavam atenção nessas veias que estão presentes na cidade, mas que por causa da urbanização acelerada acabam sendo colocados em segundo plano. O disco nasce dessa intenção de tornar mais visível esse recurso natural e patrimônio imaterial brasileiro. Foi muito especial ter o direcionamento desses dois mestres no álbum, entendo que estamos caminhando junto no mesmo propósito, mas de lugares diferentes. Me sinto honrada de poder estar construindo com eles.
O show de lançamento de “Água Brasileira: Cantos de Mar e Rio” acontece no dia 25 de outubro, às 20h, na Casa Linhares, espaço histórico localizado na Praça do Pescador, no bairro da Barra, em Balneário Camboriú. O evento é gratuito e, além da apresentação, haverá roda de conversa, exposição de artesanato e café caiçara em parceria com iniciativas locais.
Ficha técnica
Produção executiva, direção geral e coro: Mariana Paul de Souza Mattos
Direção musical, direção artística e composição: Joana Gaia
Arranjos: Ney Souza Neto e Jean Boca
Participações: Larissa Ivana Silva Lima (voz), Marcos Renato da Silva (percussão), Evandro Hasse (flauta), Áurea Lourenço dos Santos (narração) e Rafael Petry (acordeon)
Captação, mixagem e masterização: Juan Manuel Perez
Fotografia: Dales Hoeckesfeld