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O ilustrador profissional, artista plástico, doutor em Literatura e compositor Julian Alexander Brzozowski faz música para agradar ninguém que não seja a si mesmo. É bem verdade que o catarinense, que também é graduado em Cinema, nunca foi chegado a convenções no que diz respeito à arte sonora. E os projetos Adam e Juliette, Orquestra Manancial da Alvorada e Giro falam por si. Mas a sua nova-velha empreitada Tutatis Malogro, que estreia ao vivo nesta sexta-feira (1º), no Bugio Trindade (saiba mais), é diferente. “Eu realmente não sei como será a resposta do público dessa vez. Não é um show que estou fazendo para agradar as pessoas. É uma coisa mais complexa. Quero que elas sintam ‘caralho, nunca na minha vida vivenciei algo parecido’. Posso garantir que é feito com muito esforço, dedicação genuína e amor a tudo que entendo por arte”, comentou Brzozowski, que lançou “Bowrgh”, o primeiro single do seu alter ego, no dia 2 de outubro nas plataformas digitais.
O nome do projeto surgiu em 2015 no primeiro show do que viria a ser a OQMA: “Tutatis Malogro e o Galinheiro da Esperança”. Essas palavras não são estranhas para quem acompanha o artista e já apareceram em outros trabalhos, como o álbum “Tutatis/Belenos” (2012), da Adam e Juliette, ou o show “Ópera do Malogro” (2017), da Orquestra Manancial da Alvorada. Esse termo, que o acompanha desde então, é uma divindade e representa o desejo de se oferecer em sacrifício ao inédito, mas somente agora Julian Brzozowski se sente pronto para vestir o personagem e dar luz a toda loucura que constitui o ser fazer artístico. “Nenhuma inspiração é limada por dizer que não cabe. É só um jeito de organizar e apresentar, mas caber, cabe”, explicou. Em outras palavras, Tutatis Malogro é aquilo o que sempre quis fazer, mas não tinha bagagem suficiente para executar. Em contato com o Rifferama, o músico falou sobre o conceito por trás do projeto.
— Tutatis Malogro é um nome que existe há bastante tempo, que eu venho tentando descobrir o que significa. Acho que uma coisa que sempre esteve presente é uma brincadeira xamânica, do fato de que eu não sou o Tutatis Malogro, é um entidade que eu idolatro, da confusão, do desconhecido, mas esses dias me bateu de um jeito um pouco mais interessante. A confusão vem no sentido de algo que você ainda não está bem preparado, que não tem referências para experenciar. Essa é a tentativa de que seja algo bastante inédito do ponto de vista de um espetáculo, um tipo de show que ainda não fiz, uma versão bombada de todas as loucuras pelas quais já passei, vindo de Adam e Juliette, da coisa mais punk, a Orquestra e o rolê crooner, apresentando melodias interessantes de uma forma imbecil, depois o Giro e a influência da música eletrônica, e agora essa junção onde nada fica de fora. Era uma ideia que de certa forma era o que eu sempre quis fazer, acho que fui conquistando a capacidade de perder as estribeiras em um nível que é agora. Só funciona o rito xamânico do Tutatis Malogro com esse não saber se vai funcionar.
Preparem-se.
Foto: Alexandre Chaves