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Luiz Zago encontra a sua verdade na música escrita em EP

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O pianista, compositor e arranjador Luiz Zago tem um currículo que fala por si. Além do trabalho com orquestras, o artista tem uma carreira como solista em que consegue expressar as suas influências. Com quatro álbuns lançados, sendo dois autorais, um mais brasileiro, “Até amanhã”, de 2010, e o jazzístico “Momentum”, Zago também tem um disco de standards gravado ao vivo com a Camerata Florianópolis, e um tributo ao clássico “Elis & Tom” (1974), ao lado da cantora Rê Adegas. O improviso é o fio condutor entre os seus registros como compositor, característica que o pianista deixou para trás no seu novo EP “Solitude”, que será divulgado por completo no mês de outubro. O single “No tempo da delicadeza”, que saiu no dia 2 de agosto, já mostra essa face mais “controlada” da sua música. Gravado no estúdio Space Blues, em São Paulo, “Solitude” ainda traz uma faixa com a participação de Adriana Holtz no violoncelo e uma valsa acompanhado pelo quinteto de cordas Quintal Brasileiro.

Produzido entre 2021 e 2023, o EP, que tem Alexandre Fontanetti na captação e mixagem, Pedro Luz de assistente de gravação, e Carlos Freitas na masterização, foi diretamente influenciado pela pandemia, período em que o pianista experimentou sensações como a solidão, o medo e a busca da esperança. O improviso faz parte do material, no sentido de que as peças surgiram de forma espontânea, tentando achar caminhos, melodias e harmonias, mas esse trabalho marca uma transição para a música escrita. Feliz com o resultado de “Solitude”, Zago acredita ter encontrado a sua verdadeira identidade como compositor, que equilibra o minimalismo, mas mantendo a essência da melodia brasileira. Sempre envolvido em muitos projetos, o arranjador também tem um álbum de piano e cordas para lançar em 2025. Em contato com o Rifferama, Luiz Zago falou sobre os seus processos.

Encontrei muita verdade minha, cada vez indo mais fundo para o universo da música escrita, que foi acontecendo de forma gradual. Comecei a trazer elementos escritos no “Momentum”, de certa forma controlando a narrativa. Uma cara menos Brasil e mais universal. São composições feitas a partir do improviso ainda, trago essa característica de certa forma, mas está “congelada” nas composições, que são fruto da pandemia, desse tempo estendido que a gente teve, de olhar mais para as coisas. Sempre fui um cara muito corrido, consegui parar para olhar na janela cada estação mudando, então foi nascendo esse projeto. Comecei a colaborar com um quinteto de cordas, com muitos participantes da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), um time muito bacana, que gostou do meu jeito de compor, e gravamos várias músicas. Tenho mais um álbum para lançar no ano que vem todo com piano em cordas, baseado na narrativa da obra “As Quatro Estações”.

Foto: Tóia Oliveira

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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