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Maiara Moraes começou a estudar flauta cedo. Fez aula na Compasso Aberto Escola Livre de Música, da grande instrumentista e professora Silvia Beraldo, e aos 17 já estava na Udesc. No meio do curso, a manezinha foi para Tatuí (SP), onde passou dois anos descobrindo os segredos da improvisação, tendo como norte a obra de Hermeto Pascoal. De volta a Florianópolis, Maiara se formou e passou uma temporada em Buenos Aires se aprofundando na música da América Latina. Desde 2012 vivendo em São Paulo, a artista tocou muito choro e acabou fazendo a sua dissertação de mestrado, na Unicamp, sobre lendário Copinha (1910-1984). Esse trabalho se desdobrou no seu primeiro disco, “Nós”, gravado em quarteto e lançado em 2018, com uma canção de sua autoria, “Maracatu”, temas do homenageado e de flautistas contemporâneos, mas a estreia como compositora mesmo aconteceu no ano seguinte, com o álbum “Cabeça de vento”.
Durante a pandemia, Maiara direcionou o seu foco para as aulas de flauta e, quando foi possível retornar aos palcos, seguir o seu projeto como líder de banda não fazia mais sentido. A vontade era fazer coisas em grupo e assim surgiram as suas novas empreitadas. No ano passado saiu o EP “Ecoar”, ao lado da pianista mineira Luísa Mitre e, atualmente, a musicista integra o grupo Qu4rtzo, ao lado de Igor Pimenta (baixo elétrico) e Pedro Henning (bateria), com quem Maiara já tinha gravado em trabalhos anteriores, e Caetano Ribeiro (guitarra). Com esse time foram feitos dois singles até o momento, “Solitude” e “Choro pra ontem”, ambos lançados neste ano. Como o baterista é proprietário de um estúdio e também produtor musical, o Qu4rtzo possibilitou à flautista experimentar outras possibilidades para o seu instrumento, como o uso de pedais. Em contato com o Rifferama, a artista catarinense falou sobre os seus próximos passos.
— Em 2022 montei um duo com a Luísa Mitre, é um projeto que a gente pretende seguir e estamos com um plano de gravar um disco no ano que vem. O Caetano é um guitarrista amigo com quem eu toco há muitos anos, mas nunca tivemos um grupo, a gente fez uma música e resolvemos mandar para um concurso de choro que estava tendo na época e chamamos o Pedro e o Igor para gravar. Gostamos muito da sonoridade e da música, que é “Choro pra ontem”, um dos singles que a gente lançou. Seria um grupo meu e dele, mas logo chamamos eles para somar como integrantes de uma banda. Trabalhamos muito com experimentação, pela facilidade de o baterista ter o estúdio, temos liberdade para testar sem compromisso com o resultado, um som mais solto, sem um gênero determinado. Também comecei a usar um pedal de guitarra por uma necessidade estética para me encaixar no grupo, que no começo era violão e baixo acústico. O Qu4rtzo também é um lugar de experimentação nesse sentido, das possibilidades tecnológicas da música, de outras sonoridades. Estamos começando o processo de gravação de um disco, temos um repertório que tocamos muitas vezes ao longo desses dois anos, devemos gravar em outubro ou novembro.