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Malau atende chamado da música e estreia como artista solo

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Em junho de 2022, a banda Em Dó, que a baterista e percussionista Maria Laura Fadel, a Malau, tinha com a cantora e guitarrista Dora Naspolini, fez um show na Sala de Cinema Gilberto Gerlach, no CIC (Centro Integrado de Cultura), com o repertório do que viria a ser o primeiro álbum do duo. Malau acabou se mudando para São Paulo para estudar teatro e, aos poucos, foi se afastando da música. Mas não por completo, a artista fez alguns cursos na EMESP Tom Jobim e seguiu estudando, principalmente percussão corporal, até que começou a trabalhar com produção, administração de carreira, agendamento de shows. Curiosamente, coube ao teatro despertar esse movimento de volta para a música. “A música está sempre me chamando, sem planejar ou sem querer. No teatro vi coisas que não tinha referência ainda, conheci uma atriz que era baterista, foi muito marcante ver a possibilidade de fazer as coisas que gosto e me deixou instigada a voltar para um trabalho autoral”, comentou. 

Mais interessante ainda foi a forma como se deu a sua estreia como artista solo. “Filhas”, single e videoclipe lançados no dia 12 de outubro, nasceu a partir de um convite de seu amigo Nsimba José, amigo dos tempos da graduação em Pedagogia, em Florianópolis, que a pediu que fizesse um presente de aniversário para as suas filhas Vitória e Makyese, que vivem em Angola. Produzida por batata boy (veja a ficha técnica abaixo), a canção é uma homenagem para todas as crianças “que perfumam o mundo com graça e cor” e representa a tríade que norteia o trabalho que Malau pretende desenvolver a partir de agora: música, teatro e educação. Em contato com o Rifferama, a artista, que é entusiasta da brincadeira e da música, falou sobre o lado lúdico da sua música, a inspiração para escrever “Filhas” e planos para um futuro próximo, que incluem a gravação de um EP para o público infanto-juvenil.

— Sempre estive envolvida com esse lado lúdico, como sou professora também, faço alguns jingles para as crianças, cantarolo algumas coisas para ser mais divertido de estudar. Em paralelo a tudo isso eu comecei a brincar mais com o violão e compor algumas coisas. No ano passado, o Nsimba me mandou uma mensagem falando das filhas deles e que queria fazer uma surpresa para elas com um presente meu, que poderia ser uma poesia, uma música, o que eu sentisse. Sei poucas notas, mas consigo tirar um som, mandei pra ele a música pronta no dia do aniversário com um vídeo caseiro e ele patrocinou a gravação. Achei muito lindo, fiquei surpresa. Foi uma experiência muito massa estar em estúdio me representando, fomos trocando essas figurinhas, ele mandando fotos e vídeos delas, e isso também somou na produção, colocamos as vozes delas na música, foi especial. Me expor como artista solo é um tanto estranho, mas legal, ainda não me reconheço totalmente, apesar de estar nesse caminho há um tempo. 

Ficha técnica

Áudio

Letra, música, vozes, percussão e percussão corporal: Malau
Produção, mixagem, masterização, violão, baixo, sintetizadores e percussão: batata boy

Vídeo

Imagens e direção de arte: Malau
Edição e intervenções gráficas: Tito Melo
Arte Joaninha: Eliz Eckschmidt
Agradecimentos: Nsimba José, Makyese e Vitória, protagonistas desta história

Foto: Eliz Eckschmidt

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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