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Mandale Mecha estreia nova formação com single em italiano

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“Oltreoceano”, novo lançamento do Mandale Mecha, é especial por vários motivos. O single, divulgado na última quinta-feira (11) nas plataformas digitais, marca a estreia do baterista Samuel Fontoura (Muñoz), que se junta a Michelle “Michu” Méndez (voz), Gustavo Koshikumo (guitarra e produção) e Chico Abreu (baixo e sintetizador). A canção faz parte do quarto álbum de estúdio do grupo e expande o repertório poliglota, composto por faixas em português, espanhol e inglês. Influenciada pelo artista italiano e ídolo argentino Luca Prodan, da banda Sumo (1981-1988), “Oltreoceano” mistura neo-soul com funk e versos em espanhol e italiano. “Sempre vi os idiomas como uma ferramenta de acordar uma energia nas pessoas, arrepiar de outros jeitos. As palavras têm muito poder para comover, não só pelo peso do significado, mas pela melodia. Não temos fronteiras”, contou Michu.

A entrada de Samuel Fontoura no Mandale Mecha não surpreende. Antes de tocar no Petit Mort, banda da qual Michu é vocalista e guitarrista, a própria artista foi convidada para fazer shows em 2019 pelo Muñoz. O baterista também gravou com Chico Abreu o álbum “Carolino” (2021) e o trio já fez muito som junto. Com Koshikumo morando em São Paulo, a falta de manter uma rotina de ensaios pesou. “Eu adoro música eletrônica e gosto muito do que a gente construiu, mas é muito massa sentir o peso do bumbo. Mais do que isso, eu sentia falta do encontro. Com o Gu morando em São Paulo é difícil, as turnês são nosso ponto de encontro. Como baterista do Petit Mort, foi muito natural o Samuel entrar no Mandale Mecha. Nós três (Michu, Chico e Samuel) já fizemos muitas horas de jam em estúdio. É uma irmandade muito forte”, afirmou artista. Em contato com o Rifferama, Michu falou sobre as referências de “Oltreoceano”.

— Eu sou cria da estrada e apaixonada pelas possibilidades que conhecer outras culturas somam aos projetos. Os idiomas têm um papel principal, aprendi a falar português nas turnês mesmo. A pergunta que me faziam sempre por ser uma banda argentina que cantava em inglês também é feita para as brasileiras, e essas bandas respondiam que tinham sido influenciadas por artistas dos Estados Unidos e Inglaterra. No meu caso não foi isso. Sou de Buenos Aires e lá tem uma cena autoral fortíssima. Cresci ouvindo música nacional e Sumo é uma das minhas bandas preferidas, liderada por um italiano que cantava em qualquer idioma que passasse pela sua mente. “Oltreoceano” significa além do oceano em italiano, que é como eles se referiam no contexto de imigração para as Américas. É uma homenagem ao Sumo e também às minhas raízes. Estamos compondo outra música em italiano com uma banda só de mulheres de lá, é apenas o começo desse vínculo. 

Foto: Lucas de Barros

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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